A palavra sertão muitas vezes estar associada à miséria. Mas, o sertão, ao contrário do que se possa imaginar, é um dos lugares em que melhor se percebe a força da vida. A gente sertaneja aprendeu a viver no limite e, se a natureza o priva de algumas coisas, ele constrói outras, e a vida, em vez de desfalecer, segue em seu curso radiante e forte como um pé de aroeira.
“Tudo estar morto” – pensa aquele que pela primeira vez entra no sertão ao olhar a paisagem reduzida a um tom só. Mas, por entre aquele emaranhado de galhos secos, de árvores retorcidas e cascas secas, por debaixo do torrão, pulsa a vida à espera da primeira chuva para tudo se renovar.
Ali o sertanejo vive uma teologia pé-no-chão, tirada da própria vida e encarnada em seu dia a dia. Ali Deus não é uma invenção das religiões, mas aquele que conhece as suas dores, faz parte de suas alegrias e dá sentido às suas vidas. Deus no sertão é o Deus que desce do céu e caminha lado a lado de seu povo, conhece seus anseios, o ampara em suas fraquezas, e o reconduz com mão forte e muito amor quando, às vezes, toma outra direção.
Ai quem me dera que nosso mundo aprendesse com o sertão: a ser generoso quando se tem tão pouco e a fazer da vida um poema de amor e louvação em vez de peso e ilusão.
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Autoescola... para charretes. Até que não fui tão mal.
A árvore solitária, por entre seus galhos secos esconde a latência da vida
Nesse quintal quem manda é o peru.
A charrete é usado por quase todo mundo que mora na zona rural
Para amenizar as distâncias do sertão a charrete ainda é uma boa alternativa
Com a charrete vai-se à Igreja, à feira, ao trabalho...
Longas e empoeiradas estradas levam a um povo alegre e gentil
A Igreja é ainda o ponto de encontro e partilha da fé e da vida nessas comunidades
Coisa linda é o nascer do sol no sertão, é como se estivesse brotando do chão.
O sertanejo é um homem de profunda fé
Quando a pastagem do gado acaba, costuma-se cortar palmas para alimentá-los, por isso, ao lado das casas é comum encontrar uma pequena plantação dessas plantas.
Essa linda paineira é um dos espetáculos mais belos do sertão quando está florida.
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P.S.: Imagens registradas, por mim, em algumas comunidades rurais de Palmas de Monte Alto (BA).
É meu amigo, êta vida difícil, ainda bem que o sertanejo é um forte e não perde nunca a fé e a esperança.
ResponderExcluirAbração
Valeu Isaac por compartilhar essa cultura.
ResponderExcluirGostei muito das fotos.
grande abraço meu amigo.
Isaac,
ResponderExcluirUm abraço.
Acabo de chegar do Nordeste. Passei a noite de São João em Campina Grande. Estive no sertão, em ambientes similares.
Que gente! Se são pobres materialmente, são ricos em suas almas.
Tive também a oportunidade de visitar o Seminário Nossa Senhora da Assunção, em Cajazeiras-PB, onde estudei há 54 anos. Foi um reencontro que mexeu comigo profundamente: a sala de aula, o pátio, a capela, o refeitório, o dormitório... A emoçao me fez os olhos marejados. Tudo como num sonho, pois parece que foi ontem.
Bem. Parabéns a você pelas novas e ricas experiências neste convívio.
Certamente seu coração cristão e seu alforje de filósofo se farão bem mais cheios de sabedoria.
Um grande abraço.
Anchieta