quinta-feira, 17 de março de 2011

"A GRANDEZA DO HOMEM"

De que adianta exaltar a “grandeza do homem”, simplesmente porque os esforços reunidos de técnicos, soldados e políticos conseguem colocar um homem na lua enquanto quatro quintos da raça humana permanecem numa miséria abjeta, sem roupa nem alimento suficientes, com sua vida sujeita à arbitrária e insensata manipulação de políticos, ou à violência dos policiais, dos energúmenos ou dos revolucioários? Sem dúvida alguma, as possibilidades e a inerente nobreza do homem são estupendas. Pouco adianta, entretanto, fazer disso alarde se a comemoração da grandeza teórica do homem nada faz para ajudá-lo a encontrar-se como um simples ser humano.

Em lugar de um culto idólatra pela técnica e o poder, e da insensata exaltação da grandeza do homem, “voltemo-nos para o mundo”, no sentido de recuperar o comando de nossos vastos poderes e de utilizá-los para preencher as necessidades humanas.


MERTON, Thomas. Reflexões de um expectador culpado. Petrópolis: Vozes, 1970. (p. 260)

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THOMAS MERTON (1915-1968) é aclamado como um dos mais influentes escritores espirituais do século XX, considerado um mestre espiritual por excelência, um brilhante escritor e um homem que encarnou a busca de Deus e da solidariedade humana.

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