quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

MAR ACREANO* - Clodomir Monteiro


Acre eldorado quanto ver teu leite
lágrimas tronco de ti exploraram
por te buscarem quantas mães choraram
quantos em vão por teus filhos rezaram
e sem amor tantas noivas casaram
para fundar aqui seu novo lar
Deus ao Acre perigo abismo deu

valeu a pena sempre amar e ser
um povo que não tem alma pequena

por te acharem tanto se perderam
que puras noivas ao credor verteram
e barracão dador fez aviar
puro que apuras salgue bem de saldo
quem quer passar além de Bojador

navegue pena sempre vale Acre
por Juruá Purus Tarauacá

ancore abismo defume deleite
mar de Iracema nau de Acreano



* Poema Intertexto e paródia de Mar Português, In Mensagem (1934) de Fernando Pessoa, no caso apud http://fredbar.sites.uol.com.br/camoint.html
“Ó mar salgado, quanto do teu sal...".
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CLODOMIR MONTEIRO - Escritor e professor da Universidade Federal do Acre, pertenceu a vários movimentos poéticos de vanguarda, em especial ao "Instauração Praxis". Trabalhos em revistas, jornais e antologias no Brasil e exterior. Publicou, entre outros, Derroteiro de Rotinas, A Sinuca da Olaria e Costura Geral Sob Medida. Formado em Teologia, Filosofia, Letras e Direito, com pós-graduações em Antropologia e Cultura Brasileira, doutor em Antropologia. Presidente da Academia Acreana de Letras.
** Poema inédito.

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"Quando se sonha só, é apenas um sonho, mas quando se sonha com muitos, já é realidade. A utopia partilhada é a mola da história."
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