Michel Deguy
O que veio a ser
É preciso dizer
O que não pode ser dito...
Deve ser escrito
A parte dá no todo
Que dá a parte
Saber com que se parece
É nosso saber – não absoluto
É preciso semelhança
Para se fazer contiguidade
O poema é coisa próxima
Que é preciso ir buscar
DEGUY, Michel. A rosa das línguas.
Organização e tradução de Paula Glenadel e Marcos Siscar. São Paulo: Cosac
& Naify; Rio de Janeiro: Viveiros de Castro Editora, 2004. p.157
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"A poesia de Michel Deguy é uma poesia
essencialmente voltada para as questões mais prementes da contemporaneidade. Poeta
e filósofo, Deguy demonstra aguda consciência das contradições de nosso tempo;
sintonizado com os movimentos de que é contemporâneo, sua atitude frente a eles
corresponde a um misto de afetuosa atenção e produtiva irritação com o
presente."
Paula Glenadel
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"Quando se sonha só, é apenas um sonho, mas quando se sonha com muitos, já é realidade. A utopia partilhada é a mola da história."
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