Astrid Cabral
Correm as águas do rio
corre veloz o navio.
Entre as faces do vento
entre as faces do tempo
corremos nós.
Ao abraço de que foz
viajam as águas
viajamos nós?
Árvores nas margens
céleres passam
sob remansos de céu
onde se apaga o sol.
Eis que longe o porto
acende seu colar de luzes:
grinalda para os mortos
que no navio-esquife
ante-somos todos.
CABRAL, Astrid. De déu em déu: poemas reunidos (1979/1994). Rio de
Janeiro: Sette Letras, 1998. p.52
> Astrid Cabral é outro grande nome da poesia brasileira nascida no
Amazonas. Possui uma ampla obra, entre as quais, Alameda (1963), Ponto de cruz
(1979), Torna-viagem (1981), Visgo da terra (1986), Rês desgarrada (1994), Ante-sala (2007).
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