NÃO TENDO CHEGADO AS FLORES
De primavera, gozo o
prazer
de dar-te a prévia rosa
queiramos ou não que desabroche
na mão da tua lâmina terna
e sem dizer o que devemos
ponho os olhos nos limites da estrada.
Quem assim te afague, ó meu amor
que ainda te amo como agora
folha da tua árvore querendo
ver-te como estrela
o mais de sobretodas as senhoras
olham de perto o incerto par.
Sejamos lógicos com estas grinaldas
de primavera que inventei sem peso
me apaixonei sem me aproximar.
PROCURO A FALA ADEQUADA
e o dizer fácil
rara rima
como toque
de carimbo
Talvez não veja a originária poesia
na lucidez vazia
saída da velha lei
Quero o verso, quero o verso
que diga um pouco do
mundo
a pular para outros tons
menores, porém profundos
NÃO GOSTO DE COISAS FUGIGIAS
que me escapam antes de as
ter
Amo os remansosos laços
que assistem, calmos, nos passos
e voltam ao lar, feito pássaros
fáceis
no ar do espaço aberto entre montanhas
plácidas
E pensamentos lógicos
sem rápidas inquietações
pouso anguloso da
estrada
onde nos abrigamos para uma única
noite de eterno
> Acesse 120 poesias de Rogel Samuel, poeta e escritor amazonense, radicado
no Rio, autor de vasta bibliografia, entre as quais o importante romance O Amante das Amazonas (Itatiaia, 2005) e Manual de Teoria Literária (Vozes, 1985 1a. edição, já em 14a. edição).
obrigado, amigo
ResponderExcluirÉ uma honra publicar textos teu aqui.
ResponderExcluirAbraços!