Luísa Lessa
Não busquem pelo poeta
Na estrofe ou na curva dos versos,
Eu não sou fantasma para viver em papeis
dispersos,
E cobrir o rosto num véu celestial,
E depois me mostrar igualmente colegial.
Eu habito alguns poemas,
N’outros versejo na sombra das rimas,
Mas não vivo de quimeras,
Assim não tolero feras,
Que de mim digam esmeras.
Não me procure nas contravoltas dos poemas,
Eu estou nas metonímias e metáforas dos
ecossistemas,
Ou nas figuras de linguagem,
Que tanto dizem, fazem e desfazem,
Tudo por meio da linguagem.
Não estou aqui nem ali,
Habito os ancestrais dos rios,
Das matas nos desafios,
Sem confessar a quem,
Onde vou encontrar alguém.
Eu viajo no ar da brisa,
Nos encantos da Monalisa,
Nas fábulas de La Fontaine,
Os pés na terra e o olhar online,
Embalada na ternura de Exupéry Antoine.
> Luísa Lessa é da Academia Brasileira de Filologia,
da Academia Acreana de Letras, membro-fundadora da Academia dos Poetas Acreanos
e membro da International Writers and Artists Association (IWA).
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