Isaac Melo
p/ Rogel Samuel e
Jefferson Bessa
também amantes da Musa
Quod
si me lyricis uatibus inseres,
Sublimi
feriam sidera uertice.
Horácio
Vem, Musa, pousa sobre mim
a tua boca de veludo
desvela-me os arcanos do fim
que é o princípio de tudo
Vês, não me bastam a
multidão
se trago sempre nu, o
coração
Se ousas mostrar-me a face
deixa-me beijar a tua mão
antes que me ofertes o cálice
com o vinho da solidão
Vês, não me bastam a
solidão
se sozinho ainda sou
uma multidão
Que sei e levo da vida?
tudo é tão belo e tão breve
que perde todo sentido
desfaz-se como brisa leve
Vês, não me bastam todo o sentido
se a vida é sempre um
elo perdido
Vem, Musa, com teu dom perfeito
sombra, em pleno meio dia
assim é meu peito
sem o clarão da poesia
Vês, não é suficiente
toda a poesia
se a vida vai-se qual
a noite absorvida pelo dia
Agora que reconheço a tua presença
que eu, de mim, torne-me senhor
longe de quimeras e vãs esperanças
o amor há de ser minha única dor
Vês, não bastam o amor
a arder na fronte
se o homem não for
seu próprio horizonte
VOCÊ É UM POETA EXTRAORDINÁRIO...
ResponderExcluir