Jorge Tufic
Louvo a Deus,
louvo a formiga,
cada coisa em seu lugar.
louvo a difícil cantiga,
Louvo a pedra,
louvo o mar.
Quem não louva a tudo isso,
quem não se enxerga
a louvar,
muito mais surdo
que o mar.
Louvar é dar sentimento.
Quem louva
a Deus se transfere,
nunca cessa de louvar:
louva o mundo que nos fere,
e ao tempo
que faz sarar.
TUFIC, Jorge. A insônia dos grilos: poesia.
Fortaleza: Gráfica LCR, 1998. p.47
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