Lá vem vindo a canoa pelo rio
Silenciosa veloz e aprumadaNum voar sincronizado da remada
Do caboclo feroz e arredio
Vem suportando a carga por um fio
Num esforço sutil cada guerreiro
Faz o seu remo evitar o banzeiro
E as marolas se vão pro lado oposto
Posso ver na feição de cada rosto
Um indígena voraz e altaneiro
Logo atrás numa ubada de umbuzeiro
Cuiatãn dá mamar pro curumim
E a vovó dá oasca pro escudeiro
Papagaios gargalham num paneiro
Mandioca pra fazer caxiri
Caititu capivara e jabuti
Peixe fresco pescado de arpão
Iambu de arapuca e alçapão
E bodó pra fazer piracui
Eu não sei se eles vão se divertir
Nesse caso ao chegar ao novo lar
Haverá muita palha de jaci
Um cipó pra prender o tapiri
Muito enfeite com pena de mutum
Os guerreiros se pintam de urucum
Haverá ritual do curandeiro
Depois dançam pintados no terreiro
E o pajé abençoa cada um
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"Quando se sonha só, é apenas um sonho, mas quando se sonha com muitos, já é realidade. A utopia partilhada é a mola da história."
DOM HÉLDER CÂMARA
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