No Paiz
das Amazonas
(1922), lendário documentário de Silvino Santos (1886-1970) que trouxe às telas
as primeiras imagens da Amazônia no início do século XX.
“... Inicia-se com vários aspectos da cidade
de Manaus, vendo-se em pleno funcionamento seu belo porto com dois grandes
paquetes de longo curso atracados ao flutuante e outros pequenos de cabotagem,
os armazéns da Manaus Harbour em carga e descarga, os principais
estabelecimentos comerciais e industriais e outros. Daí, o espectador se
transporta aos grandes lagos do Amazonas... pesca do peixe-boi e do pirarucu e
o beneficiamento da carne destes habitantes das águas amazônicas... mixira e
mantas secas ao sol... extração da balata do Rio Branco e o preparo do látex.
Termina esta parte com a exibição de um grupo de índios e índias peruanas,
terrivelmente... decotadas, segundo a legenda do filme. Essa primeira série
finaliza mostrando o que são os esplêndidos campos de criação do Rio Branco”
(Estado do Pará, Belém, 28.12.1922)
“... Veem-se os pescadores do pirarucu e do
peixe-boi, os trabalhos dos castanhais, os seringueiros, a vida rústica do
sertanejo do extremo norte, as nossas riquezas florestais, os rios, as feras
fluviais e as aves pulcras e elegantíssimas; o castanheiro colosso com as suas
saborosíssimas amêndoas dependuradas e coroado de orquídeas... Depois vamos até
Porto Velho no Madeira, até a divisa com a Bolívia, e vemos então a famosa
estrada dos trilhos de ouro, a Madeira - Mamoré... Oferece a fita aspectos de
Maués... o preparo do guaraná... desde a sua colheita até a modelagem das
figuras que tão apreciáveis já se tornaram nos centros civilizados... Vamos
subir o Rio Branco, onde a beleza do filme requinta na delicadeza de sua
confecção... Depara-se-nos a Pedra Pintada, mole de granito que tem a altura de
150 metros... O espetáculo mais impressionante está para o fim. O regresso da
expedição a Manaus, numa frágil embarcação a vapor, por sobre cachoeiras
perigosíssimas, constitui a parte épica do filme.” (A Imprensa, Manaus,
16.12.1922)
COMENTÁRIOS: Único filme premiado com a
medalha de ouro na Exposição do Centenário; em Maceió foi exibido com o título
Terra das Amazonas; a vida do pioneiro cineasta Silvino Santos (1886-1970) foi
retratada no filme O cineasta da selva, 1997, de Aurélio Michiles, onde cenas
deste raro filme podem ser vistas. Prêmios: Medalha de Ouro na Exposição do
Centenário da Independência, RJ, 1923.
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"Quando se sonha só, é apenas um sonho, mas quando se sonha com muitos, já é realidade. A utopia partilhada é a mola da história."
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