Isaac Melo
Em julho de 1995
passou a circular no Acre a revista “N’Ativa: uma revista de ideias”,
publicação sob a responsabilidade da Fundação Garibaldi Brasil, cujo presidente
era o jornalista Antonio Alves. E trazia como equipe editorial Franklin Andrade
(Zero e 1.º número), Simony D’Ávila (2.º número em diante), Jorge Henrique
Queiroz e Antonio Alves. O editorial do primeiro número (número zero) dizia o
seguinte:
“Esta revista já
devia ter surgido há muito tempo. A gente pensa, discute, reclama, argumenta,
cria. Mas as palavras se perdem no tempo. Mas o pior já passou. Aos poucos
estamos conseguindo reacender a antiga chama, recuperar o gosto pela aventura
da arte, a paixão pelas ideias, o movimento, a festa, a alegria de viver. O Acre
foi desmatado, agredido, humilhado. O povo foi jogado de um lado para outro,
contado e marcado como gado. Os guerreiros da luz se dispersaram. Tudo parecia
perdido: a memória, o futuro, o sentido. Mas eis que, de repente, sem ninguém
esperar, as flores brotaram novamente. Sobrevivemos. E estamos ainda mais
fortes, mais experientes, mais capazes.
Enquanto lutamos,
vamos conversando. Contando causos, tirando versos, lembrando sonhos, dizendo
onde dói e onde faz cócegas. Pra isso precisamos de uma revista. Aqui está ela,
finalmente. Basta escrever, fotografar, desenhar e entregar até o dia 10 de cada
mês. Dinheiro? Não tem. Ser pobre sempre foi o nosso defeito e qualidade. Mas a
gente dá um jeito. A roda não foi inventada só uma vez.
O importante é o
amor que temos. Esse mundo é nosso, por herança e conquista. Enganaram-se os
que pensavam que havíamos desistido, morrido ou partido.
Estamos vivos,
estamos aqui, n’ativa.
Rio Branco, Acre,
Julho de 1995”
A revista tinha
publicação mensal, com atrasos que variavam de um mês a quatro entre cada
edição. Ao certo, não sei quantos números houve. A coleção a qual me pertence,
conta com seis números (0 a 5), a começar de julho de 1995 a maio de 1996. Aborda
temas variados, com enfoque na cultura amazônica-acreana. Os artigos são
assinados por diversos fazedores de cultura à época, artistas, jornalistas,
cineastas, professores, estudantes, etc, tais como João Veras, Silvio
Margarido, Danilo de S’Acre, Antonio Alves, Edson Alexandre, Francisco Dandão,
Felipe Jardim, Cezar Negreiros, Fátima Almeida, Mauricélia Sousa, Márcio
Chocorosqui, Simony D’Ávila, etc. Em seguida, as respectivas capas da revista com o índice de cada uma.
p.s. agradecimento ao artista plástico Danilo de S'Acre pela gentileza da doação dos exemplares de a N'ATIVA. O exemplar número zero pertence ao amigo e músico João Veras.
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N’ATIVA (número
zero, julho de 1995)
Terra em Transe
Francisco Dandão
procura um assunto e acaba dando um balanço do planeta. (p.4)
(E)Ventos e
Esperanças
João Veras critica
as políticas oficiais para a Cultura. (p.6)
O impacto do voo da
borboleta na atual crise financeira global
Luís Carvalho
demonstra cientificamente que o mundo endoidou de vez. (p.09)
Lembrança D’água
Antonio Alves
mergulha no tempo. (p.12)
BETHO ROCHA
Uma entrevista
teatral. (p.16)
Arte toc-pop-ok
Danilo de S’Acre
pinta a condição de artista num texto de corpo abstrato e alma figurativa.
(p.22)
A difícil busca do
passado
Mauricélia Sousa e equipe mostram as alegrias e dificuldades da pesquisa
histórica. (p.24)
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N’ATIVA (número 1,
setembro de 1995)
Caros leitores
Reportagem de
Simony D’Ávila sobre o Programa de Leitura da FGB (p.04)
Ética das imagens
Efeitos do
bombardeio da mídia no entendimento do mundo. Texto de Cleidson Rocha. (p.07)
Eu só quero é ser
feliz...
Uma canção
inocente, mas nem tanto. É o que escreve Carlos Eduardo dos Reis. (p.09)
As cinquenta
dúvidas de Chico Pop
Felipe Jardim
multiplica as referências culturais das últimas décadas pelas dúvidas de seu
principal cronista. (p.15)
Antonio Manoel
Uma entrevista
radical. (p.16)
Viagem da Saúde à
Amazônia
Marcos Montyzuma lembra
a importância da expedição chefiada por Carlos Chagas há 82 anos. (p.22)
Contando histórias
O “repercussionista” Silvio Margarido comenta o CD de Naná Vasconcelos e
reclama da surdez coletiva. (p.26)
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N’ATIVA (número 2,
outubro de 1995)
Arte na Academia
Reportagem de
Márcio Chocorosqui sobre a Oficina de Teatro da UFAC. (p.04)
Inventário de uma
perda
Quem ainda não sentiu
a dor de uma separação? Texto de Jane Vilas Boas. (p.08)
Enfim, iguais
A “racionalidade”
do progresso e a perda da identidade regional. Texto de Fátima Almeida. (p.13)
Geração sibipiruna
Antonio Manoel tem
visão deslumbrada na praça. (p.14)
Escrever é fácil.
Lições de história
e jornalismo na entrevista com José Chalub Leite. (p.16)
Modernidade
César Augusto Félix distribui carapuças culturais. (p.26)
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N’ATIVA (número 3,
novembro de 1995)
Aonde o povo está
Reportagem de
Márcio Chocorosqui sobre os rádios populares da Prefeitura. (p.04)
Frutos envenenados...
Um conto de
Francisco Dandão. (p.08)
Uma Trika qualquer
Danilo de S’Acre
contra a crise. (p.13)
A arte das
apostilas
Uma incrível
técnica de emburrecimento. Texto de Antonio Alves. (p.14)
O sonho acreano
Entrevista histórica
com Fátima Almeida. (p.16)
Lembrando o Girau
César Augusto Félix coloca o passado sobre a mesa do agora. (p.26)
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N’ATIVA (número 4,
dezembro de 1995)
A escola verde
Reportagem de
Márcio Chocorosqui sobre a Escola de Meio Ambiente da Prefeitura (p.04)
Varadouros da vida
Do Amapá, Elson
Martins lembra Chico Mendes e a luta acreana nos anos 70. (p.08)
Os anjos choram
Viagem de Arnóbio
Marques no tempo. (p.12)
Reservas do futuro
O sonho de Chico
Mendes é viável, garante Ecio Rodrigues. (p.21)
Fala, Chico!
Entrevista de Chico
Mendes na “Rádio Floresta”. (p.24)
Entrevista com
Marina Silva
Sinais da vida inteligente no planeta Terra. (p.28)
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N’ATIVA (número 5,
maio 1996)
Centro de
Multimeios
Uma nova proposta
para juntar Educação e Cultura. Reportagem de Márcio Chocorosqui. (p.04)
Pegadas no ar
Antonio Alves vê no
trablho dos artistas um meio de juntar passado e futuro. (p.08)
O futuro passou
José Leite lembra
os “modernismos” que chegara ao Acre e se rende aos novos tempos. (p.12)
Tradições e
modernidades
Entrevista com
Clodomir Monteiro. (p.16)
A imagem do
desencontro
Gerson Albuquerque
mostra como o preconceito constrói uma falsa imagem das nações indígenas.
(p.24)
O desencontro da
imagem
A Amazônia dos colonizadores e as ilusões de uma ciência etnocêntrica. Texto
de Hideraldo Costa. (p.28)
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Possuo os números 1 a 4 desta revista para quem se interessar. tenho Sebo aqui no RN
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