Minha tia conta que quando os sapos estão cantando eles dizem assim:
“Quando eu morrer
quem é que quer minhas galinhas?”
Os outros
respondem:
“eu não quero, eu
não quero”.
“Quando eu morrer
quem é que quer as minhas coisas?”
Os outros
respondem:
“eu não quero, eu
não quero”.
“Quando eu morrer
quem é que quer criar meus filhos?”
“Eu não quero, eu
não quero”.
“Quando eu morrer
quem é que quer minha mulher?”
Todos sapos
respondem:
“eu quero, eu
quero”.
E o sapo diz:
“mas eu não morro,
mas eu não morro”.
E os sapos ficam
tristes.
*Texto retirado da Antologia de escritores da Floresta I / Adelmar
Rodrigues de Souza [et al.]; organização Augusto de Arruda Postigo... [et al.].
Campinas, SP: UNICAMP/IFCH/CERES, 2004. p.47
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