sábado, 22 de fevereiro de 2020

PEDRO BILÓ: O MASSACRE DO LAGO ARAPAPÁ

A HISTÓRIA DO MASSACRE DE ÍNDIOS NO ACRE

O texto aqui apresentado faz parte do livro “Dramas da Amazônia”, de autoria do pastor evangélico Sérgio Aparecido Dias, um paranaense que no início dos anos 70 veio para a Amazônia em missão evangélica e por aqui ficou. Realizou trabalhos de evangelização em muitos lugares ermos da Amazônia, incluindo a cidade de Feijó, no Acre, onde morou entre 1976 e 1979. Nesse período conheceu e entrevistou pessoalmente Pedro Biló e conversou com muitas pessoas que contaram sobre as atrocidades cometidas por ele alguns anos antes. Baseado nestas informações o Pastor Sérgio Dias escreveu o conto “O Massacre do Lago do Arapapá”. Vale a leitura.

PEDRO BILÓ: O MASSACRE DO LAGO ARAPAPÁ

“E a lua prateada testemunhou a extrema covardia do ser humano, embrutecido em sua loucura assassina.”

A História é imparcial e fria nos registros e relatos dos personagens. Feitos heroicos e atos degradantes caminham paralelos, ao longo da estrada da vida. Muitas vezes, a linha que delimita heróis e bandidos é muito tênue, e o bom se mistura com o mau, sendo quase impossível separar o joio do trigo.
O que caracteriza um bandido? Qual o perfil do herói?
Se, para a justiça, todo matador é assassino e, consequentemente é um criminoso, talvez não o seja para a comunidade onde mora. Matar em defesa das terras ameaçadas é um ato heroico ou um ato criminoso? Exterminar um povo selvagem para ficar com suas terras também é crime?
Caso afirmativo, por que consideramos os Bandeirantes como heróis e lhes homenageamos, batizando cidades e logradouros públicos com os seus nomes?
Quem foi Raposo Tavares? Quem foi Bartolomeu Bueno da Silva, conhecido como Anhanguera (diabo velho)?
Em duas investidas conquistadoras pelas terras brasileiras (incursões essas chamadas bandeiras), Raposo Tavares destruiu aldeias jesuítas em Guayra, na fronteira com o Paraguai, aprisionando centenas de indígenas e matando outras tantas centenas, em 1629, com o auxílio de outro bandeirante, Manuel Preto. Entre 1648 e 1651, saiu de São Paulo e fez incursões no Amazonas e no Pará, chegando ao Peru. Nessas investidas conquistadoras, extinguiu tribos inteiras e escravizou os índios sobreviventes nessas regiões. Hoje, seu nome está associado ao heroísmo, à coragem e à honra. Seus crimes o colocam na galeria dos heróis nacionais, por matar os índios e tomar-lhes as terras de seus ancestrais.
E o que dizer de Domingos Jorge Velho? Esse bandeirante, entre outras coisas, adentrou pelo nordeste brasileiro entre 1695 e 1697, destruindo aldeias indígenas no Maranhão e no Pernambuco, tornando centenas deles em seus escravos e carregadores de sua bagagem. Participou ativamente do cerco ao Quilombo dos Palmares, sendo um dos responsáveis pela morte de Zumbi dos Palmares.
Esses homens e todos os outros bandeirantes são hoje festejados como heróis, mas a questão é: eles são heróis realmente?
Esse breve relato das atrocidades de alguns dos bandeirantes, a bem da verdade todos eles escravistas e racistas, serve de pano de fundo para a história que agora passo a narrar: a história de Pedro Biló, um dos homens de confiança do coronel José Gurgel Rabelo, o temido Zeca Rabelo, todo-poderoso do rio Envira, no estado do Acre.
Ele (Pedro Biló) também se enquadra no perfil dos bandeirantes, já que desbravava regiões em busca de seringais e castanhais, fazendo a necessária “limpeza étnica”, matando índios e incendiando suas aldeias. Entre outras nações índias, certamente os Caxinauá (povo morcego) foram os que mais sentiram o peso de sua mão e a pontaria certeira de seu rifle.
Sua área de atuação se estendia desde o atual município de Feijó, descendo até a foz do Envira, no rio Juruá, e subindo uns dois dias de viagem (num motor de 33 HP) até acima do seringal Olinda do Maciel, fundado pelo coronel Maciel, por volta de 1905, em terras onde viviam, outrora livres, mais de 1.000 índios Caxinauá.
Pedro Biló foi o responsável direto pelo decréscimo desse expressivo número de nativos, dizimando-os a tal modo que, em 1976, os dois aldeamentos principais dos Caxinauá se resumiam em algumas poucas dezenas de índios, a maioria já corrompida pela bebida e pela prostituição. E, apesar de seus quase 70 anos, a simples pronúncia de seu nome fazia os índios tremerem de pavor. E as lendas o tornavam mais e mais misterioso.
– Pedro Biló tem parte com o cão, seu moço! Rasteja igual cobra e ninguém vê ele de noite, não! Só enxerga, quando ele já tá enfiando a faca na goela, que Deus me livre e guarde!
– Ele tem reza braba e se apega com São Cipriano, cruz credo!!!
– O Biló? Ah, o seu Pedro é gente boa, é só não bulí com ele!
Opiniões contraditórias sobre um homem contraditório, cujas ações são louvadas por uns e repudiadas por outros.
Quem era Pedro Biló? De onde viera até chegar ao Acre? Uns diziam que era cearense, já outros juravam que ele era acreano da gema mesmo, cobra criada da região.
Quanto ao próprio Biló, limitava-se a sorrir de modo enigmático, alimentando ainda mais as lendas em torno de sua pessoa. E as histórias que se contavam sobre ele eram de arrepiar e impunham respeito e medo.
Uma certa vez, num tempo qualquer do passado, necessitaram de seus serviços. Um determinado seringalista precisava de uma área que pertencia aos Caxinauá, cuja aldeia ficava no centro da terra em questão. Não havia sido possível um acordo com o chefe, que não aceitou trocar as terras por outra área num outro local, embora mais vantajoso, do ponto de vista do homem branco, é claro. E Pedro Biló foi chamado para resolver o problema.
– Seu Pedro, os caboclos não trocam aquela terra por nenhuma outra! E nós sabemos que lá tem muitas seringueiras boas de corte, daquelas que dão borracha de primeira! E se eu não posso ter aquelas terras por bem, então que seja por mal mesmo!
– Se voismecê garantí as minhas costa, entonce pode contá comigo e com os meus rapaiz. A gente arresorve isso bem rapidinho.
– Nem fique ressabiado, óxente! Além de mim, ainda tem o coronel Zeca Rabêlo, meu amigo e protetor, que é a lei aqui do alto Envira! Pode fazer o trabalho, que eu garanto que ninguém vai meter o focinho por aqui, num sabe? E se meter, a gente corta na bala, pois não?!?
– Apôis, o senhor pode contá com o meu papo amarelo, meu patrão!
– Isso mesmo que eu esperava ouvir, seu Pedro! E eu fico devendo mais esse favor ao Zeca. Adespois a gente se acerta, no final do fabrico. Vai ser aquele festão, com muita mulher e cachaça! E essa indiarada dos infernos que vá conseguir terra lá com o capêta, ora pois!
E Pedro Biló ajuntou seus homens de confiança. Com a garrafa de cachaça passando de mão em mão, iniciou um pequeno discurso, tendo à mão o seu temido rifle papo amarelo. A visão de Pedro Biló, atarracado e forte, empunhando o seu temível papo amarelo, gelava o sangue de qualquer um. E olhando fixamente aqueles rudes pistoleiros, colocou-os a par da situação:
– O seu Nezinho contratou a gente prá mode arretirá aqueles caboclo lá da terra firme do Arapapá. É serviço garantido, mais eu preciso que todo mundo se agaranta na pontaria. Se a gente se arresguardá, entonce tudo vorta vivo. Mais se argum morrê, entonce que morrido fica, ocêis tão me entendendo?
– Tamo sim - responde um dos capangas - Mais num vai sê fácil tirá os caboclo de lá! O Arapapá é quase uma serra, cheio de furna, parece mais é morada de onça, aquilo lá! Sei não Biló, mais eu acho que é bão tomá cuidado! Aquela cabocrada pode armá cilada prá cima de nóis!
– Óxente Evaristo, mais que cagança é essa?!? Nóis aqui tudo é gente do gatilho, num tem medo de cabra nenhum, quanto menos de índio, que só tem arco e flecha?! E adespois, tu tá te esquecendo do meu São Cipriano? Vou fechar meu corpo com a oração da cabra preta e com a oração do sapo seco, que eu quero ver a indiarada me enxergar! Num carece de se preocupá, não! Só quero que cada um faça a sua parte, que a reza braba e as mandinga são por minha conta, tá combinado?
– Combinado e meio, Biló! Pode contá com nóis!
Evaristo tinha lá as suas razões, o Arapapá parecia um socavão de serra. Barrancos altíssimos, de rocha pura, erguiam-se ameaçadores ao longo de grande parte das terras firmes, pela margem esquerda do rio Envira. Mesmo adentrando os vários lagos, as várzeas altas se alternavam com as baixadas, misturando pedras duras como o aço, com a tabatinga argilosa. Um paraíso de riquíssimo ecossistema, abrigava vários espécimes vegetais como cedro, mogno, angelim, copiúba e outras, além do “ouro branco”, o látex das seringueiras. Seus lagos eram um autêntico viveiro de pacús, curimatãs, matrinchãs, piaus e tucunarés. Nas matas, bandos de queixadas conviviam com veados, caititús, pacas, capivaras, antas e onças. E as aves e pássaros, às centenas de milhares, enchendo a floresta de gorjeios e trinados, de colorações as mais diversas, desde o próprio arapapá, que deu nome ao local, aos magoarís, garças, papagaios, araras, mutuns, galos da serra, ciganas e maracanãs.
Depois de dois dias de cautelosa aproximação, Pedro Biló e seus homens se acercaram do Arapapá. Viajando com extremo cuidado, sempre rente às margens, adentravam em todos os igapós, escondendo-se entre as canaranas e o araçazal e dormindo nas ilhotas de terra úmida dos chavascais. Quando necessário, a canoa seguia com dois homens, ziguezagueando entre as moitas de espinhos e as tiriricas, enquanto o resto do grupo se esgueirava entre os paredões do barranco alto, procurando fazer o mínimo ruído possível, quase invisíveis aos olhos de uma possível sentinela.
Por volta das 3 horas da tarde do 3º dia, já observavam a aldeia e estudavam a disposição das malocas. Tudo muito simples: as famílias ficavam em cabanas dispostas em volta das malocas principais. Nestas, em número de dois, ficavam os guerreiros, o chefe e o pajé. Havia ainda duas cabanas onde armazenavam alimentos e guardavam as suas armas.
Teriam que tomar cuidado com os cães. Contaram mais ou menos uns oito, afora alguns filhotes. Esses cães, embora dóceis na aparência, eram acostumados a enfrentar queixadas e acuar onças nos grotões das furnas. Tinham um excelente faro, especialmente para detectar a presença de seres humanos.
Mas Pedro Biló havia tomado suas precauções. Desde o dia anterior, ele e seus homens besuntaram os seus corpos com uma mistura de malva, malvarisco, ayahuasca, pólvora e fumo. Além disso, procuraram colocar-se contra o vento, para dificultar o máximo possível a detecção pelo faro. Prepararam vários nacos de carne de sol, temperados com uma mistura de timbó com ayahuasca. A ayahuasca provoca delírios, visões, descoordenação motora e distúrbios mentais. O timbó é um cipó das muitas espécies de plantas tóxicas da floresta amazônica, que inibe os sentidos, entorpece o sistema nervoso e leva à morte por asfixia e paralisação do sistema respiratório.
Tudo agora era uma questão de tempo e paciência. Neutralizados os cães, tomadas as armas e dominadas as sentinelas, o resto seria um combate normal, com o rugido do papo amarelo e a agudeza das lâminas dos punhais.
Noite alta, lua brilhando no céu azul. A aldeia Caxinauá era uma clareira aberta na selva, inundada com a luz do luar. Nas malocas centrais, os guerreiros ressonavam e roncavam, tomados pelo sono profundo. As quatro sentinelas recostavam nas árvores próximas às cabanas laterais, visivelmente entorpecidas de sono, praticamente dormindo em pé.
Pedro Biló deslizava como cobra, rente ao solo, sem fazer o mínimo ruído, protegendo-se entre as moitas. De vez em quando, levantava levemente o braço e jogava um naco de carne em direção aos cães. Esses, sem a menor cerimônia, disputavam os pedaços e engoliam gulosamente cada porção daquele alimento letal. Sorrindo, Pedro Biló rastejou de volta. Agora era só aguardar que as drogas fizessem efeito. A mistura havia sido muito bem planejada. Se apenas tivesse usado a ayahuasca, os cães se recuperariam 1 hora depois. Se tivesse colocado só o timbó, o ruído que eles fariam na proximidade da morte teria alertado as sentinelas. Perfeito, em cerca de 30 minutos poderiam agir com mais segurança!
O leve estremecimento dos cães mostrou que a morte havia chegado para eles. Pedro Biló e mais três capangas deslocaram-se agilmente em direção às sentinelas, protegendo-se na escuridão da mata. Nas mãos, levavam os temidos punhais nordestinos, de dois gumes, utilizados pelos cangaceiros, com grossas lâminas de aço temperado, com ponta de 25 centímetros de agudeza.
Saltando das trevas, num movimento felino e uno, cada um tomou a sua vítima, tapando a sua boca com uma das mãos e, com a outra, enterrando profundamente o punhal nos rins. Com um estertor convulsivo, na terrível dor do rompimento dos rins, as sentinelas tombaram sem um gemido sequer, com os olhos a saltarem das órbitas, e os dentes cerrados rilhando num ruído áspero, violentamente sacudidas numa terrível crise aguda de insuficiência renal, mortífera e súbita. A morte sobreveio em cerca de 10 segundos.

Em seguida, todo o bando invadiu a aldeia e tomou posições estratégicas em relação às malocas principais. Pedro Biló apontou para a porta da maloca dos guerreiros e acionou o gatilho do papo amarelo. Em meio a um cerrado tiroteio, ainda entorpecidos de sono, os caxinauá saíram da maloca e correram em direção à cabana das armas. Mas encontraram-se com os homens de Pedro Biló, fortemente armados, que os mataram às dezenas. Mesmo assim, vários alcançaram as armas e ofereceram uma resistência heroica.
Crianças e mulheres, gritando aterrorizadas, procuravam se proteger nas cabanas ou entre as árvores. Alguns alcançaram as águas do lago e nadaram para os igapós. Mas diversos foram atingidos por balas certeiras e tingiram as águas do lago com a cor vermelha do seu sangue. Os valentes guerreiros caxinauá tombaram de pé e venderam bem caro as suas peles. Várias flechas trespassaram o peito dos homens de Pedro Biló e alguns tiveram as suas cabeças despedaçadas pelas bordunas e pelos tacapes. Invocando seus deuses e gritando, defenderam até à última gota de sangue a terra de seus ancestrais. Mas não podiam competir com a superioridade bélica dos homens brancos. E a lua prateada testemunhou a extrema covardia do ser humano, embrutecido em sua loucura assassina.
Após liquidar os guerreiros, aqueles homens, sedentos de sangue e possuídos de uma tara pervertida, agarraram as índias mais jovens e as que mais lhes apeteceram e promoveram um festim de estupros. Índias foram violentadas em meio ao sangue quente que jorrava dos guerreiros mortos. Seus gritos lancinantes ecoaram em vão através da selva. Ao longe, seus lamentos apenas eram ouvidos pelas outras índias e pelas crianças, jovens e velhos em fuga, que nada podiam fazer, a não ser chorar e esperar por uma futura vingança. E por toda aquela madrugada de horror, as índias capturadas foram o prêmio dos vencedores de uma batalha inglória.
Ao romper da manhã, havendo saciado a tara dos conquistadores, aquelas desventuradas índias tiveram as suas preces atendidas: uma bala na cabeça aliviou-lhes o sofrimento e levou-as aos braços piedosos de Mawutzinim, o deus maior, criador dos seres vivos e da floresta. Completada a obra e contabilizadas as baixas, o grupo vitorioso regressou para reportar a conquista e entregar o Arapapá nas mãos criminosas do mandante do covarde massacre. Uma festa estrondosa foi realizada e o mundo testemunhou o surgimento de mais um herói.
Esta é apenas a ponta do iceberg, tão somente uma das muitas histórias envolvendo a figura controversa de Pedro Biló. E não somente ele, mas muitos outros matadores e pistoleiros fizeram história naqueles tempos perdidos de Deus. Teodoro, Evaristo, Zé da Onça e tantos outros, protegidos pelos coronéis de barranco, acobertados por autoridades corruptas, foram o terror das pessoas honestas, essas sim as verdadeiras desbravadoras do Acre e de toda a Amazônia.
Seringueiros trabalhadores e corajosos, heróis anônimos, não festejados e nem reconhecidos nas datas do calendário nacional. Seus nomes jamais figurarão em nossas praças e nem em nossas ruas e avenidas, emporcalhadas com os nomes de Raposo Tavares, Domingos Jorge Velho e Bartolomeu Bueno da Silva. Fica registrado mais este protesto contra esses falsos heróis. Já basta de promover a fama de assassinos, mesmo que seus feitos tenham alargado as nossas fronteiras ou rechaçado os invasores de nossa pátria.
O que tenham feito de correto não é suficiente para encobrir seus crimes hediondos, assim como toda a água do mundo não é suficiente para lavar as mãos sujas de sangue de Pôncio Pilatos, que condenou Jesus à morte e tentou justificar-se lavando as suas mãos. E tampouco conseguirão clarear as águas tintas de sangue do lago do Arapapá.

Nota do autor: O nome “Arapapá” foi dado ao local do massacre, em virtude da mudança do nome da comunidade na época, para proteger seus atuais moradores, a maioria ignorando os fatos que lá se deram. O nome “Nezinho”, dado ao seringalista é fictício, para proteger o autor desta história, tendo em vista possíveis represálias. Sobre Pedro Biló, basta verificar com os seus descendentes ou com os moradores mais antigos de Feijó. Quanto a “Evaristo”, “Zé da Onça” e os demais, são apelidos de pistoleiros conhecidos e fazem parte também de outros relatos em outras histórias.

Para saber mais: “Dramas da Amazônia: contos de arrepiar”, de autoria de Sérgio Aparecido Dias, publicado em 2012 pela Editora Biblioteca 24horas. O livro é uma coletânea de contos resultantes da experiência pessoal do autor, que recolheu centenas de relatos e acontecidos ao longo dos rios amazônicos por onde trabalhou fazendo serviço de evangelização. Para complementar as informações, o autor fez pesquisas e consultas aos setores acadêmicos, ligados à literatura e ao folclore amazônico. Alguns nomes de lugares e pessoas citados no conto foram alterados para proteger pessoas e o autor do texto. O livro está disponível para aquisição no site da Amazon.com

Texto retirado da página do botânico Evandro Ferreira:

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