quinta-feira, 9 de setembro de 2021

ALESSANDRO GONDIM LANÇA QUARTO LIVRO DE POESIA NO PRÓXIMO DIA 13

O poeta acreano Alessandro Gondim lançará no próximo dia 13 de setembro o seu mais novo livro de poesia “O Poeta e o Catraieiro”.

Alessandro Gondim é natural de Rio Branco, autor dos livros de poesia “Homens e Deuses” (2017), “O Drama de Sísifo” (2018), “Máquina de Barro” (2020) e “Bolhas de Sabão” (2021) de literatura infantil.

“O Poeta e o Catraieiro” é composto por 74 poemas, sobretudo marcados por uma voz eminentemente telúrica, com o seu enfoque na paisagem local.

Como escreveu o poeta César Félix, no prefácio, “Mais que um livro de poemas, Gondim nos convida a conhecer através de suas poesias, apresentadas pelo catraieiro, um pouco da história de nossa Rio Branco, o catraieiro leva o poeta e o leitor na mesma barca que nos revela espaços históricos e turísticos de nossa cidade: o Casarão, a praça, a Tentamen, o mercado do Bosque...”.

Por sua vez, na apresentação, o professor e escritor Sérgio Santos ressalta que “o poeta destes poemas que seguem, tem uma identidade, marcada tanto por sua visão de mundo – meio revoltada – quanto por sua forma de compor verbos – como uso recorrente de descrições e versos narrativos fragmentados”.

“O Poeta e o Catraieiro” é um hino de amor à sua terra, à sua gente, à sua história. Mas é, também, o grito de protesto e de insatisfação do poeta frente às injustiças sociais e as agressões que vem sofrendo a Amazônia nestes últimos tempos/séculos, como nos revela o poema “Mapinguari Urbano”.

O livro é, ainda, rico e lindamente, ilustrado pelo artista plástico acreano Danilo de S’Acre. E sai pelo selo da Tagore Editora, de Brasília.

“O poeta e o Catraiero” é financiado pela Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, executada pela Fundação Elias Mansour, por meio do Edital Nº002/2020.

O lançamento ocorrerá nesta segunda-feira, dia 13 de setembro de 2021, às 10h da manhã, na Biblioteca Pública Estadual (piso superior) em Rio Branco-AC.



O BEIJA-FLOR E O RIO

 

O rio na sua imensidão

O beija-flor na sua mansidão

O rio com seu grande mistério

O beija-flor com seu grande império

 

O beija-flor na sua simplicidade

O rio na sua complexidade

O beija-flor gerando amor

O rio gerando pavor

 

O rio atraindo catraieiros

O beija-flor conquistando companheiros

O rio símbolo dos amantes

O beija-flor símbolo dos gigantes

 

O beija-flor colorindo a vida

O rio agigantando a lida

O beija-flor nos falando de liberdade

O rio nos mostrando a verdade (p. 52)


O POETA E O CATRAIEIRO

 

Oh! Catraieiro, leva o poeta para além do rio

Oh! Catraieiro, rema sem parar e me leva

para longe do mundo ordinário

 

Navega com o poeta nas águas tranqüilas do rio Acre

O poeta precisa conhecer as águas

barrentas da gênese de Porto Acre

 

Oh! Exímio catraieiro, conduz o poeta

para conhecer o antigo bairro Seis de Agosto

O poeta precisa mergulhar sua alma

na cidade que tem bom gosto

 

Oh! Catraieiro, traz o poeta para o outro lado,

onde fica minha Cadeia Velha

Onde mora a bela Rosa vermelha

 

Oh! Catraieiro, o poeta precisa tomar uma dose de cachaça

com jucá no bar do Zé Moleza, na Cidade Nova

O poeta precisa conhecer as pessoas,

as ruas e becos da Bahia Nova

 

Oh! Catraieiro, rema ligeiro e leva o poeta

para ver o brincar do boto-cor-de-rosa

O poeta vai descrever no papel

a cidade de Rio Branco de maneira maravilhosa

 

O poeta vai aprender com o Catraieiro

a fazer poesia de barranco

O poeta vai sentir o labor dos trabalhadores de Rio Branco

 

Oh! Catraieiro, o poeta não sabe nadar –

ele precisa no rio Acre mergulhar

O poeta, para ser poeta, precisa mergulhar

no rio Acre e com os botos brincar

 

Navegando vai o catraieiro e o poeta no rio da Solidão

Oh! Catraieiro, leva o poeta para conhecer os bairros de invasão

O poeta precisa sentir o que é verdadeira emoção

 

Navegando vai o catraieiro e o poeta entre os balseiros

Remando vai o poeta e o catraieiro entre os velhos seringueiros (p. 104-105)

 


GONDIM, Alessandro. O Poeta e o Catraieiro. Brasília: Tagore Editora, 2021.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

"Quando se sonha só, é apenas um sonho, mas quando se sonha com muitos, já é realidade. A utopia partilhada é a mola da história."
DOM HÉLDER CÂMARA


Outros contatos poderão ser feitos por:
almaacreana@gmail.com