Robélia Fernandes de Souza
da Academia Acreana de Letras
Na televisão
Uma moça me convida
A comprar sabãoE outras pessoas
Dirigem carros
Bebem cerveja
E dançam e cantam
Abraçam-se, beijam-se
E fazem pouco
Da minha inércia
E solidão
Vampiro dissimulado
Suga de mim a emoção
Que alimenta os personagens
Toma meu cérebro
Filtra meus pensamentos
Amordaça
Neutraliza
Se faz a vida
Me faz a máquina
Diante dela
Me faço tela
Ela é quem vive
Eu sou imagem
*** *** ***
SOUZA, Robélia Fernandes de. Asa de vida. Rio de Janeiro: Oficina do Livro Ed., 1992
A TV está mais a serviço dos grupos econômicos que para a cultura e lazer. Acabamos nos tornando reféns dela por falta de opção, dessa forma somos massificados e alienados.
ResponderExcluirGrande abraço
Fala grande ISAC!
ResponderExcluirComo andam as coisa por aí brother.
Aqui tá tudo do jeito que o .... gosta.
Isaac,
ResponderExcluirLinda poesia. Que realidade!
Já havia lido há algum tempo, mas achei excelente você nos oferecê-la.
Foi publicada em 1992, contudo parece escrita há cinco minutos. Continua atualíssima.
Tesouros da Professora Robélia!
Nossos televisores são janelas de muitas paisagens. A maioria delas, trágicas.
Além do que nos retrata magistralmente a Professora Robélia, sentimos uma cruel realidade: - nesta janela os panoramas predominantes são os da desgraça e o da corrupção da alma humana. Creio, entretanto, que estamos todos acometidos da "TVmania".
Ó Deus! Miserere nobis!
Um abraço.
Anchieta.
Nossa, realmente atual. Infelizmente não é mais apenas a Tv que subtrai até a conexão entre as pessoas. Mas ela é "our concur"... Bjo.
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