sábado, 18 de agosto de 2012

PRECE

Helena Kolody


Concede-me, Senhor, a graça de ser boa,
De ser o coração singelo que perdoa,
A solícita mão que espalha, sem medidas,
Estrelas pela noite escura de outras vidas
E tira d’alma alheia o espinho que magoa.


Esse poema recebeu um “imprimatur” da Igreja e é lido como se fosse uma oração. Salvou uma linda jovem, porém depressiva, do suicídio. Antes do gesto trágico, resolveu ler o livro que eu lhe dera de presente. Abriu-o aleatoriamente, leu “Prece”, jogou o veneno fora e ganhou a vida. Veja só, eu tenho vários poemas depressivos, e se ela abrisse num deles? Depois disso, mudei minha própria maneira de ser. Meus últimos poemas se tornaram mais extrovertidos, abertos, mais otimistas. Devo isso àquela moça. // Nota de Helena Kolody


KOLODY, Helena. Sinfonia da vida (Org. Tereza Hatue de Rezende)). Curitiba: Editora Letraviva, 1997.

Um comentário:

"Quando se sonha só, é apenas um sonho, mas quando se sonha com muitos, já é realidade. A utopia partilhada é a mola da história."
DOM HÉLDER CÂMARA


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