Profa. Inês Lacerda
Araújo
É
lamentável que os protestos venham degenerando em bagunça, violência, ataques
ao patrimônio público e privado.
Como
seria a vida em sociedade sem bancos funcionado, sem sinais de trânsito, com
lojas depredadas?
Por
que até agora a polícia não prendeu os que merecem, interrogou-os para saber
qual é a intenção dos vândalos, de onde eles vêm, quem são esses mascarados
covardes, por que não pagam pelos seus crimes?
Será
que não perceberam (ou perceberam e são de alguma forma instigados por algum
tipo de autoridade) que infiltrados nos movimentos legítimos provocam resultado oposto, isto é, a perda de
apoio da população?
É
urgente criar um movimento que os denuncie, arrancar a máscara, inclusive a do
famoso sorriso, que já cansou, e mostrar a cara.
Mostre
a sua cara ou caia fora, essa deveria ser a palavra de ordem!
***
E
que dizer dos protestos durante e em meio a visita do papa Francisco?
Falta de respeito pelo outro,
pelas posturas e crenças de cada religião, por movimentos que engajam multidões
e têm tradição internacional.
Quando há discordância, ela pode e
deve ficar explícita por meios que possibilitem responder, argumentar e não
forçar a barra!
A
"Marcha das Vadias" tem hora e lugar próprios para surtir o efeito
desejado, que é o protesto das minorias sexuais, a denúncia da violência contra
as mulheres, o direito de se vestir conforme seu gosto e não segundo normas
sociais padronizadas.
Até
aqui, tudo bem.
Mas
promover a destruição pública de estátuas choca, revolta, pois é em ambientes
de fé que elas são expostas. Isso lembra fanáticos de certos cultos que invadem
igrejas para quebrar imagens.
Ridículos! |
Qual é o efeito?
Nunca o de crítica social, moral e ética, e sim o efeito deletério da falta de
respeito pelo outro, sua crença, sua religião, seus valores.
Protesto
justo é aquele em que se defende um direito, um valor, um modo de vida quando
atacado.
Protesto
justo é aquele em que se denuncia governantes relapsos, corruptos, acomodados
no conforto do poder.
Protesto
justo é aquele em que se luta por representação, por direitos legítimos que a
maioria, habitualmente silenciosa, reivindica. A voz da sociedade precisa e
deve ser ouvida.
***
Denunciem
os covardes baderneiros, pois, aparentemente, a polícia "protege" o
protesto pacífico e só aparece após o fim do vandalismo. Esquisito, não?
* INÊS LACERDA ARAÚJO - filósofa, escritora e professora aposentada da UFPR e PUCPR.
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