quinta-feira, 29 de maio de 2014

SALVADOR: EXPOSIÇÃO DA ARTISTA ACREANA SIMONE BICHARA

Daniella Paula Oliveira

EXPOSIÇÃO CÍRCULOS FLORESTAIS
Simone Bichara
FOYER DO CINE TEATRO SESC CASA DO COMÉRCIO
SALVADOR – BA
20 DE MAIO A 30 DE JUNHO

Quando um fruto se apresenta maduro, significa que ele já está no ponto de ser saboreado; mais que isso, ele mostra para o quê veio ao mundo; qual é a sua real natureza e papel nesse misterioso universo.

O singelo exemplo é para fazer analogia ao atual momento do trabalho da artista plástica Simone Bichara. Maduro, consciente, expansivo. Mais do que em qualquer outro momento da trajetória de mais de vinte anos de vivência artística, Simone, talvez ainda mais sensível à arte, à natureza, à vida em totalidade, apresenta-nos um conjunto de obra expressivo e vigoroso: tal qual um fruto maduro.

Dessa vez, a exposição, que atualmente visita a Bahia de todos os santos e de todas as artes, traz em suas nuances nacos não somente da floresta amazônica, das peculiares raízes acreanas, da singularidade cabocla, indígena e oriental da artista, como também uma apreciação repleta de conquistas; como um raio de sol que descobre na matéria que ilumina a sua própria luz.

A mostra, agora chamada de “Círculos florestais”, cruzou o Oceano para embelezar a Europa, e em seguida, tal qual raiz que se alimenta da terra mãe para fazer florescer a frondosa árvore, instalou-se na galeria do Sesc Rio Branco, no Acre, para se nutrir novamente de sua energia de mata, de folha úmida, de terra fértil, de semente germinada, de povo com rugas solares, sorriso desconfiado e coração generoso – como só naquele pedaço da Amazônia Brasileira se pode ter.

Agora, em Salvador (também pelo Sesc), essa obra mágica, que perpassa a singeleza, a pureza, a liberdade à mais alta sofisticação e beleza, tem também a missão de arar as areias e os mares de Caymmi. Que toda a Bahia, tão sagrada e profana, possa provar da mística dessa arte que é acreana em raiz e Cosmológica por natureza.

O trabalho de Simone Bichara é uma oração de cores e formas, cujo milagre é a leitura que o contemplar em cada coração produz. Que ao depararmos com ela, possamos nós sagrar a nossa alma e vivenciar obras primas brasileiras que circulam para encantar o mundo.

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