Michel J. Sandel
É tentador pensar que projetar nossos filhos
e nós mesmos para o sucesso por meio da bioengenharia é um exercício de
liberdade numa sociedade competitiva. Porém modificar nossa natureza para nos
encaixar no mundo, e, não o contrário, é, na verdade, a forma mais profunda de
enfraquecimento da autonomia. Em vez de empregar nossos novos conhecimentos
genéticos para endireitar “a madeira torta da humanidade”, deveríamos fazer o
possível para criar arranjos políticos e sociais mais tolerantes com as dádivas
e limitações dos seres humanos imperfeitos.
SANDEL, MICHAEL J.. Contra a perfeição: ética
na era da engenharia genética. Tradução Ana Carolina Mesquita. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2013. p.106-107
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