quinta-feira, 21 de agosto de 2014

MACHUCA

Filme de Andrés Wood (Chile, 2004), considerado um dos melhores filmes latino-americanos da última safra.
“Chile, 1973. Gonzalo Infante (Matías Quer) e Pedro Machuca (Ariel Mateluna) são dois garotos de 11 anos que vivem em Santiago. O primeiro, numa bela casa situada num bairro de classe média. O segundo, num humilde povoado ilegal instalado a poucos metros de distância da escola. Dois mundos separados por uma muralha invisível que alguns sonham em derrubar na intenção de construir uma sociedade mais justa, como o padre McEnroe (Ernesto Malbran), diretor de um colégio particular de elite onde Gonzalo estuda. Em meio à política comunista instalada por Salvador Allende no país, o diretor decide fazer uma integração entre estes dois universos, abrindo as portas do colégio para os filhos das famílias do povoado. É assim que Pedro Machuca vai parar na mesma sala de Gonzalo, ponto de partida para uma amizade cheia de descobertas e surpresas, que acontece paralelamente ao clima de enfrentamento que vive a sociedade chilena na violenta transição de Allende para Pinochet.”

MACHUCA
(Direção: Andrés Wood, Chile, 2004)

A história se passa em 1973, quando o país era governado pelo socialista Salvador Allende, marcado por um sensível acirramento da luta de classes. De um lado ocorriam passeatas organizadas pela esquerda – com intensa participação de trabalhadores e estudantes - do outro, passeatas contra o presidente eleito, lideradas pela direita nacionalista e anti-comunista.

Neste contexto, Gonzalo, um garoto de classe média-alta, estudante de um dos colégios de maior prestigio de Santiago, o Saint Patrick, conhece Pedro Machuca, menino pobre que estuda no colégio graças a uma política de concessão de bolsas a pessoas de baixa renda.

Em meio a uma briga na escola, Gonzalo e Pedro Machuca se aproximam, nasce então uma amizade entre os dois garotos. Esta amizade é o tema principal do filme que se desenrola com um pano de fundo que originou no golpe contra o governo de esquerda de Salvador Allende.

Porém, esta aproximação se esbarra na origem distinta dos dois garotos, o rico e o pobre, o conservador e o progressista, mundos diferentes e completamente antagônicos. Ambos são mal vistos pelos seus colegas e as questões de classe inevitavelmente aparecem na relação entre os meninos. É muito interessante a maneira como simples garotos reproduzem a mentalidade do círculo social em que vivem.

Machuca mistura doses de romance com intenso teor de política, configurando-se como um filme bonito e ao mesmo tempo indigesto. Esta dicotomia que nos revela quão contraditória é nossa sociedade.

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DOM HÉLDER CÂMARA


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