Eu gosto dos escritores à moda antiga:
Euclides da Cunha, Rui Barbosa. São textos fortes, camaleônicos, enrustidos,
vulcânicos. O campeão é Antonio Vieira. O imperador da prosa. O monstro sagrado
da escritura. Quem se mete a imitá-los, hoje, é rotulado de acadêmico,
antiquado. Os escritores amazonenses do passado os imitavam, e até hoje
prosadores como Saramago fazem uso dessa estética do texto retumbante,
relâmpagos de sonoridades poéticas. De certo modo Guimarães Rosa. Ele também
construía um palácio de assonâncias, como quando disse: “Sábio não é quem
sempre ensina. Mas quem de repente aprende”.
São seis vezes o som de EM, que lembra o
questionamento de “hein?”. Rosa constrói um romance em cima de sonoridades.
Alguns bons prosadores hoje estão esquecidos.
Exemplo de Herberto Sales. Seu romance “Cascalho” tem uma “tessitura
artística”, uma “arquitetura e a linguagem”, uma “densidade” estilística, no
dizer de Adonias Filho.
São escritores de prosa soberana.
OBRIGADO PELA LEITURA
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