Bertolt Brecht (1898-1956)
Alegrias, as desmedidas.
Dores, as não curtidas.
Dores, as não curtidas.
Casos, os inconcebíveis.
Conselhos, os inexequíveis.
Meninas, as veras.
Mulheres, as insinceras.
Orgasmos, os múltiplos.
Ódios, os mútuos.
Domicílios, os temporários.
Adeuses, os bem sumários.
Artes, as não rentáveis.
Professores, os enterráveis.
Prazeres, os transparentes.
Projetos, os contingentes.
Inimigos, os delicados.
Amigos, os estouvados.
Cores, o rubro.
Meses, Outubro.
Vidas, as espontâneas.
Mortes, as instantâneas.
BRECHT, Bertolt. Poemas 1913-1956. Seleção e tradução de Paulo César de
Souza. São Paulo: Ed. 34, 2000. p.47
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"Quando se sonha só, é apenas um sonho, mas quando se sonha com muitos, já é realidade. A utopia partilhada é a mola da história."
DOM HÉLDER CÂMARA
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