terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

CANÇÃO DO PASSARINHEIRO

Jacques Prévert (1900-1977)


O pássaro que voa suavemente
O pássaro quente e vermelho como o sangue
O pássaro tão terno o pássaro zombeteiro
O pássaro que de repente sente medo
O pássaro que de repente se choca
O pássaro que queria fugir
O pássaro solitário e enlouquecido
O pássaro que queria viver
O pássaro que queria cantar
O pássaro que queria gritar
O pássaro quente e vermelho como o sangue
O pássaro que voa suavemente
É teu coração linda criança
Teu coração que bate as asas tão tristemente
Contra teu peito tão duro e tão branco. 

PRÉVERT, Jacques. Dia de folga. Sã Paulo: Cosac Naify, 2004. p.19
Foto: Luiz Felipe Jardim, a quem dedicamos esta postagem!

2 comentários:

  1. Pôxa, Isaac, assim, meu coração que voa suavemente, de repente fica com muita emoção.

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  2. Alguém sabe qual o tipo de rima utilizado

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"Quando se sonha só, é apenas um sonho, mas quando se sonha com muitos, já é realidade. A utopia partilhada é a mola da história."
DOM HÉLDER CÂMARA


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