sábado, 23 de julho de 2016

OS RIOS DA MINHA INFÂNCIA

Gilberto A. Saavedra – Jornalista – Rio de Janeiro - 23/07/2016 
Fico aqui esquecido horas e horas,
Com o pensamento no passado,
recordando e admirando
“os rios da minha infância”.

Majestosos ao deslizarem em suas cabeceiras,
Em seus leitos adormecidos e profundos,
Banzeiros traiçoeiros e temidos, tendo em suas
firmes margens a exuberância das colossais praias.

Belos em suas grandezas
Caudalosos, límpidos e saudáveis
Navegáveis e serenos
Poderosos como os deuses.

Águas correntes da esperança
Barrancos, testemunhas dos tempos
Êxodo dos que precisam de vós
Para um amanhã abençoado.

Benevolentes; meus rios, de tuas riquezas,
Saem o sustento do homem.
Piso fundo em tuas águas
Em mais um dia de pesca.

Abundância, milagres em fartura
Barriga cheia
Saúde e alegria
Em mais um dia, nos “rios de minha infância”.

O quê! Fizeram isso convosco?
Vejo que não vos olham
Mais com admiração
Como antigamente!

Onde está vossa força, em suas águas?
De vossos banzeiros traiçoeiros e temidos
De vossas saudáveis, fecundas e benditas águas;
Eram grandiosos como os deuses...

Cadê os seus sólidos e seculares barrancos?
Das árvores em suas voltas, da sustentabilidade.
As floras da vida!
Sumiram os peixes?

“Não vos abandoneis-vós”
Por quê?
Morte lenta, esquecida e dolorida
Num cruel e triste fim. 
Claudemir Mesquita, defensor dos rios acreanos.
 
Gilberto A. Saavedra
Jornalista – amante da Amazônia

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