Singela homenagem aos abnegados homens que, com
seus incansáveis esforços, alavancaram, o desenvolvimento do Acre.
ALAN KARDEC GUEDES DE SOUSA (Encadernador)
De Gilberto A. Saavedra – Jornalista – Rio de
Janeiro
Em julho do ano de 2015, fiz uma visita ao amigo Sebastião Araujo, Preparador Físico da Seleção brasileira de futebol de 1978, na Argentina, que teve como técnico Cláudio Coutinho, já (falecido). Sebastião Araujo, conhecido entre nós, acreanos, carinhosamente como “Tião macaco”, por suas acrobacias como goleiro do time do Rio Branco Futebol Clube, na década de 1950.
Conversa vai, conversa vem, em seu
confortável apartamento, de frente para o mar na barra da Tijuca, no Rio de
Janeiro, o nosso amigo Sebastião Araujo, depois de me contar sobre o seu
trabalho como técnico em vários continentes, disse-me que tinha uma relíquia
para me mostrar; levantou-se, foi ao salão e trouxe em mãos, um velho álbum,
desgastado pelo tempo e falou-me:
“Meu amigo Saavedra, este álbum artesanal de
fotografias, eu guardo com muito carinho, todas minhas lembranças, do meu
maravilhoso e inesquecível tempo que vivi no Acre. Ele foi confeccionado por
mim, e supervisionado, pelo nada mais, nada menos famoso Encadernador Oficial
que o Estado do Acre já teve. Seu nome: Alan Kardec Guedes de Sousa. Trabalhei
um bom tempo na Imprensa ao lado Alan. Criamos uma grande amizade; um
profissional de mão cheia que executava a sério o seu trabalho; sempre alegre e
sorridente, levava sua vida numa boa. Sinto saudade desse gostoso tempo”
finaliza Sebastião Araújo.
Realmente ele se tornou um excelente profissional na profissão de Encadernador Oficial do Governo do Estado do Acre.
Prédio da Imprensa Oficial do Território do Acre |
Realmente ele se tornou um excelente profissional na profissão de Encadernador Oficial do Governo do Estado do Acre.
Alan Kardec Guedes de Sousa nasceu em Lábrea
– Amazonas, no dia 6 de Outubro de 1924. Filho de José Alves e Isaura Guedes de
Sousa, que teve também uma filha, Iolanda. Em Manaus, já adolescente, com um
professor baiano, aprendeu o exercício da profissão.
Quando sua família se mudou para o Acre, ele
conseguiu preencher os requisitos necessários em uma vaga de Encadernador da
Imprensa Oficial.
Foi trabalhar como diarista, e só depois de
alguns anos foi enquadrado com funcionário público da União do Ex-Território
Federal do Acre. O trabalho era árduo. A gráfica da Imprensa executava todo o
serviço do Governo. Era serviço que não acabava mais. Mesmo com toda essa carga
o Alan não desanimava.
O Setor de Encadernação da Imprensa fazia
também os contratos de serviços particulares. A maioria dos serviços oficiais
tinha um destino certo: os órgãos públicos do governo.
Também, fazia muitas restaurações em livros,
obras danificadas pelo tempo. Os livros do Tribunal de Justiça, na época, o
então Desembargador Paulo Ithamar Teixeira, solicitava os serviços. O Setor de
Encadernação também faturava com os contratos de Empresas particulares. Os
serviços de encadernação eram os mais diversos.
Com o crescimento da demanda, a mão de obra
qualificada ficou pequena. No início de tudo era só ele que trabalhava, mas com
o avanço do progresso, o setor foi obrigado a treinar Aprendizes de Ofício nos
setores de Tipografia, Impressão e Encadernação.
Na primeira leva de Aprendizes de Ofício da
Imprensa, o Sebastião Araujo (Tião macaco) participou dela. Ficou como Auxiliar
de Encadernador, ele e outros, sob a coordenação do Alan. Tião me disse, que
naquela época, então rapazola, em certo momento, durante o expediente, ele
interrompia parcialmente o trabalho por ordens do Alan, para ir deixar na
residência dele, uma compra que por ventura ele tivesse efetuado. Comentou que
foi muitas vezes na casa da família do Alan. Também, falou que aos sábados, lhe
mandavam comprar aguardente (cocal) para dar mais ânimo pra rapaziada, da impressão
do jornal “O Acre” que tinha uma tiragem semanal.
O ambiente de trabalho era o melhor possível entre os empregados. Existiam três setores fundamentais – Tipografia, Impressão e Encadernação que trabalhavam na tiragem do Diário Oficial do Estado e o jornal O Acre que era semanário; mais ou menos umas três dezenas de empregados desses setores, trabalhavam na confecção desses jornais, além da parte administrativa e diretoria.
Alan trabalhou na Imprensa até o início da década de 1970, quando então se aposentou. Ele e mais dezenas de profissionais foram os pioneiros: Gonçalo Moreira Boaventura, Raimundo Alves Dias, Natal Barbosa de Brito, José de Castro Barbosa, Leonardo Teófilo da Mota, Leôncio Pereira Gomes, Waldemiro Felix de Medeiros, Elínio Sales da Cunha, Eduardo Sales da Cunha, Orlando Vieira da Mota, Francisco Teófilo da Mota, Juarez Martins Xavier, Floriano Campos Brasil, Mário Alves Salomão, Guilherme Alves Marques, Paulo Mota, Zé Felipe, Olavo (Papagaio), Milton ‘Cabeção’ (linotipista), Robson, Roberval da (sanfona), Dico (Redator) Chico (Tapa), Sr. João ‘Do motor’ (pai do Zé palito e Barbadinho), e Raimundinho, (Linotipista) (ex - Vilma Nolasco - locutora); Geraldo Freire Brasil e Omar Sabino de Paula (Diretores); Vieira, Édison Martins e Mário Lima (SERDA).
O ambiente de trabalho era o melhor possível entre os empregados. Existiam três setores fundamentais – Tipografia, Impressão e Encadernação que trabalhavam na tiragem do Diário Oficial do Estado e o jornal O Acre que era semanário; mais ou menos umas três dezenas de empregados desses setores, trabalhavam na confecção desses jornais, além da parte administrativa e diretoria.
Alan trabalhou na Imprensa até o início da década de 1970, quando então se aposentou. Ele e mais dezenas de profissionais foram os pioneiros: Gonçalo Moreira Boaventura, Raimundo Alves Dias, Natal Barbosa de Brito, José de Castro Barbosa, Leonardo Teófilo da Mota, Leôncio Pereira Gomes, Waldemiro Felix de Medeiros, Elínio Sales da Cunha, Eduardo Sales da Cunha, Orlando Vieira da Mota, Francisco Teófilo da Mota, Juarez Martins Xavier, Floriano Campos Brasil, Mário Alves Salomão, Guilherme Alves Marques, Paulo Mota, Zé Felipe, Olavo (Papagaio), Milton ‘Cabeção’ (linotipista), Robson, Roberval da (sanfona), Dico (Redator) Chico (Tapa), Sr. João ‘Do motor’ (pai do Zé palito e Barbadinho), e Raimundinho, (Linotipista) (ex - Vilma Nolasco - locutora); Geraldo Freire Brasil e Omar Sabino de Paula (Diretores); Vieira, Édison Martins e Mário Lima (SERDA).
Os aprendizes dos anos 58/60, talvez tenha
sido a maior turma que ficou trabalhando na imprensa. Foram: Edson (Bode),
Edilson (Gordo), Nizomar (Pranchão), Edilson (Pincel), Carlos Viegas (Carlito),
Jurivaldo Brasil, Rivaldo Guimarães, Darci, Heleno, Cláudio Mota, Damásio
(Jogador do Vasco), Wagner (Esfola gato), Muru Brasil, Pampolho, Rui (filho do
Zé Feitosa) Dona Alice Martins e Gilberto de Almeida Saavedra (eu), conhecido
como (Morcego ou Mandrake) por causa do cabelo. Trabalhei justamente com o
Alan. Todos os aprendizes recebiam salários mensais, contratados pelo Setor
Administrativo, que tinha como Chefe o abnegado e estimado Sr. Teodomiro Souto,
sendo que, mais tarde, quase todos foram enquadrados como funcionários públicos
da União (Federal), do Ex-Território Federal do Acre.
Alan Kardec Guedes de Sousa logo que se
aposentou escolheu o Rio de Janeiro para morar com a família. Foi casado com
Dona Geny Mesquita de Sousa. Deixou seis filhos. Alany, Edvaldo, Paulo Cesar,
Carlos, Isaura e Hercules. Faleceu na
cidade do Rio de Janeiro em 2005, aos 81 anos de idade.
Fiz esta narrativa com algumas consultas (pesquisas), mas a maioria foi somente, lembrada, de minha memória; por isso peço desculpas aos que faltaram na escrita. Não sei também os que ainda estão entre nós, gostaria imensamente de saber do paradeiro de todos, os quais fizeram parte de um pouco da minha vida; infelizmente, eu sei que não será possível, obter muitas respostas, desse tempo de muita luta, labuta, direitos e reivindicações por um Acre melhor e justo para os seus filhos.
Fiz esta narrativa com algumas consultas (pesquisas), mas a maioria foi somente, lembrada, de minha memória; por isso peço desculpas aos que faltaram na escrita. Não sei também os que ainda estão entre nós, gostaria imensamente de saber do paradeiro de todos, os quais fizeram parte de um pouco da minha vida; infelizmente, eu sei que não será possível, obter muitas respostas, desse tempo de muita luta, labuta, direitos e reivindicações por um Acre melhor e justo para os seus filhos.
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"Quando se sonha só, é apenas um sonho, mas quando se sonha com muitos, já é realidade. A utopia partilhada é a mola da história."
DOM HÉLDER CÂMARA
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