Gilberto A. Saavedra – Rio de Janeiro
(Entrevista realizada em 06/09/2015)
O Professor de Educação Física, Preparador
Físico, Técnico de Futebol e Filósofo Sebastião Araújo, teve sua carreira
abençoada por Deus. Almejou todos os anseios; com uma carreira brilhante e
invejável, como Preparador Físico e Técnico de Futebol no Brasil e em várias
seleções espalhadas pelo Oriente Médio, China e Caribe.
Sebastião Araújo quando deixou o Estado Acre
na década de 60, com destino ao Rio de Janeiro, teve uma ascensão muito rápida.
Já em 76 passa a ser Técnico da Seleção Olímpica e 77 ele é convocado para a
seleção principal como Preparador Físico para a Copa da Argentina de 1978.
Depois da Copa da Argentina, Sebastião Araújo
retorna ao Fluminense. Já com o currículo internacionalmente conhecido, foi
convidado para ser Técnico da Seleção do Qatar onde permaneceu durante cinco
anos. Depois desse período, são muitos os países em que ele deixou o modelo
(técnica) do futebol brasileiro: Bahrein (9), Arábia Saudita (1), Emirados
Árabes (1), Trinidad Tobago (1) e Hong Kong (três anos).
Numa conversa bem relaxada com Sebastião
Araújo, na residência dele num confortável apartamento localizado na Barra da
Tijuca, Rio de Janeiro. Nosso querido e amigo “Tião macaco” como foi e é
carinhosamente conhecido nos meios esportivos do Acre, relembrou o seu tempo
como Preparador Físico e Técnico de Futebol no Brasil e no exterior, não
esquecendo, porém, o início de todo isso, em Rio Branco, capital do Acre.
GILBERTO SAAVEDRA – Em que ano o Professor
deixou a nossa cidade de Rio Branco com destino ao Rio de Janeiro?
Gilberto Saavedra e Sebastião Araújo |
SEBASTIÃO ARAÚJO – Foi no início da década de
60. Aqui me matriculei na Escola Nacional de Educação Física e Desportos.
Formei-me em 1963. Como Técnico de Futebol em 1964. Depois, iniciei a carreira
no Rio (61) como goleiro da Portuguesa e depois Preparador Físico. Participei
também como goleiro das seleções carioca e brasileira no Campeonato
Universitário.
GILBERTO SAAVEDRA – O Professor teve uma
ascensão muito rápida no futebol carioca.
SEBASTIÃO ARAÚJO – Sim, acho que estava no
lugar certo e na hora certa, mas também, a sorte estava do meu lado. De 66/79
fui para o Fluminense, primeiro como Preparador Físico e posteriormente como
Treinador. Nesse mesmo espaço de tempo, fui convocado como Preparador Físico da
Seleção Olímpica.
GILBERTO SAAVEDRA – E a Seleção Brasileira?
SEBASTIÃO ARAÚJO – O convite me foi feito
pelo Cláudio Coutinho (falecido-1981) então Técnico da Seleção Brasileira, onde
permaneci de 77 até 79.
GILBERTO SAAVEDRA – Na Copa do Mundo de 78 na
Argentina, o Brasil ficou com o terceiro lugar vencendo à Itália por 2x1 e
também com o título de “Campeão Moral”. Qual o motivo?
SEBASTIÃO ARAÚJO – Esse título, é que saímos
invicto da Copa de 78 na Argentina. Não sofremos nenhuma derrota. Na primeira
fase fomos muito bem. Na segunda, também, ganhamos do Peru 3x0; na partida
seguinte empatamos com os donos da casa em 0x0, e esse empate foi fatal. Apesar
de o Brasil vencer o próximo jogo contra a Polônia por 3x1, mas os argentinos
no jogo seguinte meteram uma goleada de 6x0 nos peruanos, conseguindo a
primeira colocação no grupo no saldo de gols.
Nessa última rodada os donos da casa
(argentinos) foram favorecidos. Fizeram o jogo depois da gente, já sabendo do
nosso resultado, e quantos gols (4) teriam que fazer de diferença no Peru para
obter a classificação no grupo.
GILBERTO SAAVEDRA – Professor o senhor tem
alguma coisa a dizer com referência a esse elástico placar de 6x0 dos
argentinos frente aos peruanos? Principalmente ao goleiro (de nacionalidade
argentina) da seleção do Peru, área que o Professor conhece muito bem?
Copa do Mundo de 1978 - Seleção Brasileira |
SEBASTIÃO ARAÚJO – Olha Saavedra, a nação
argentina vivia um regime militar e, usou o futebol como “Instrumento político”
até parecia que eles queriam essa Copa de qualquer jeito, para acalmar os
ânimos internos do país. Primeiro já colocaram o jogo da Argentina um pouquinho
atrasado ao nosso, para controlar o resultado entre o Brasil e Polônia, e como
você bem citou? O goleiro da seleção
peruana era de nacionalidade argentina e deu no que deu? 6x0.
GILBERTO SAAVEDRA – Depois da Copa o
Professor voltou para o Fluminense, e logo depois, foi para o exterior onde
permaneceu uma longa temporada, retornando ao Brasil quase já no encerramento
de sua carreira.
SEBASTIÃO ARAÚJO – Realmente foi um longo
tempo, 21 anos fora do Brasil, de 1979/2000. Trabalhei no exterior como técnico
das seleções da Arábia Saudita, Emirados árabes, Trinidad Tobago (no Caribe) e
Hong Kong (China).
GILBERTO SAAVEDRA – O Professor é paraense de
nascimento e acreano de coração. SEBASTIÃO ARAÚJO – Devido a minha convivência
no Acre, consegui criar um vasto círculo de amizade, nascendo em meu coração um
grande amor pela terra que me acolheu muito bem.
GILBERTO SAAVEDRA – O Professor ficou
conhecido nos meios futebolístico da cidade de Rio Branco no Acre, carinhosamente
chamado pelo nome de “Tião macaco”. Algo a dizer sobre o motivo da alcunha?
Aborrecia-te?
SEBASTIÃO ARAÚJO – De maneira nenhuma
Saavedra. Sinto-me até lisonjeado com o apelido. O motivo dele talvez tenha
surgido pelas minhas façanhas em agarrar a bola no gol.
GILBERTO SAAVEDRA – Quer acrescentar mais
alguma coisa do tempo em que viveu no Acre?
SEBASTIÃO ARAÚJO – Somente para recordar com
muito carinho as boas lembranças vividas em nossa querida Rio Branco, nesse
maravilhoso tempo de minha vida.
GILBERTO SAAVEDRA – Quais são elas?
SEBASTIÃO ARAÚJO – São muitas, Saavedra. O
carinho dos amigos que ainda estão conosco e dos que já se foram: Touca, Boá,
Tinoco, Té, Mozarino, Pedro da Burra, Campos Pereira, João Carneiro, Escurinho,
Cláudio e muitos mais... Além do carinho dos torcedores.
GILBERTO SAAVEDRA – E este álbum?
Campos Pereira, Sebastião Araújo e João Carneiro |
Sebastião Araújo |
Sebastião Araújo tem 78 anos de idade (2016),
é casado com a Senhora Socorro e da união nasceram três filhos. Faz
fisioterapia nos membros inferiores para melhorar os movimentos das pernas.
Também é formado em pedagogia pela Faculdade Nacional de Filosofia.
Em 1976 escreveu o livro “O FUTEBOL E SEUS FUNDAMENTOS” lançado por IMAGO EDITORA LTDA. Em Rio Branco, capital do Acre, jogou no Atlético F. C. – Independência F. C. e no time do Rio Branco Football Club (RBFC) no qual disputou o Campeonato Brasileiro. No referido clube desempenhou funções de técnico e goleiro.
Obrigado Professor “Tião” pela boa prosa e saúde para o distinto amigo.
Em 1976 escreveu o livro “O FUTEBOL E SEUS FUNDAMENTOS” lançado por IMAGO EDITORA LTDA. Em Rio Branco, capital do Acre, jogou no Atlético F. C. – Independência F. C. e no time do Rio Branco Football Club (RBFC) no qual disputou o Campeonato Brasileiro. No referido clube desempenhou funções de técnico e goleiro.
Obrigado Professor “Tião” pela boa prosa e saúde para o distinto amigo.
Fonte: Gilberto A. Saavedra.
Fotos: Álbum antigo: Sebastião Araújo.
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