Atingido pela compulsoria,
prevista pelo art. 156, letra D da nova constituição da República, foi a 7 do
cadente afastado do cargo de Prefeito deste Município, com grande prejuízo para
a administração pública municipal, o venerando e honrado cidadão cujo nome
encima estas linhas.
Indicado pelo
integérrimo e ilustrado Desembargador José Martins de Souza Ramos, ao tempo
Juiz de Direito desta Comarca, foi o Capitão Hipólito Silva nomeado Intendente
Municipal, pela primeira vez, a 21 de Janeiro de 1922, pelo primeiro governador
do Acre, sr. dr. Epaminondas Jácome, e neste cargo permaneceu até 10 de Março
de 1923, data em que, licenciado, viajou com destino à Capital da República em visita
a seu irmão, o sr. General Tertuliano Potyguara.
De regresso da viagem àquela Capital, S. S. reassumiu o governo Municipal a 26 de Dezembro do mesmo ano, ficando no cargo até 23 de dezembro de 1930 – 6 anos, 11 meses e 27 dias de exercício ininterrupto.
Depois, a 24 de setembro de 1934, o então Interventor sr. dr. José Castelo Branco Sobrinho, conhecendo também das excelsas qualidades que ornam o seu caráter sem jaça, o renomeou para administrar outra vez o Município, com o título, já, de Prefeito Municipal, tendo-se conservado neste cargo até o dia 29 de Junho de 1935.
Finalmente, a 15 de Julho do ano seguinte, foi S. S., pela terceira vez, reconduzido ao governo do Município do Tarauacá, por nomeação do Interventor sr. dr. Martiniano Prado, em cujo cargo permaneceu até agora, quando a compulsoria veio atingir o velho nobre servidor do Município, após 10 anos e 5 meses de efetivo exercício sem mácula, que de qualquer modo desdoure o seu respeitado nome de todos os tempos e de todas as fases da sua vida, quer pública, quer particular, tendo servido, portanto, a contento da maioria do povo do Tarauacá, com todos os Governadores e Interventores do Território do Acre.
Sua última nomeação data, conforme dissemos já, de 15 de Junho de 1936 e só no pequeno lapso de tempo destes últimos 17 meses de sua derradeira etapa administrativa, executou, no Município, os seguintes serviços de grande vulto: – abriu uma nova e excelente estrada ligando Seabra a Vila Feijó, no rio Envira, estrada esta elogiada até pelos seus próprios inimigos; reconstruiu quase totalmente o velho prédio do “Grupo Escolar João Ribeiro”, desta cidade; adquiriu, por compra, um moderno prédio onde se acham instaladas as Escolas Públicas em Vila Feijó; construiu na mesma Vila um mercado público com todos os requisitos de asseio; comprou, ainda, para essa mesma localidade, uma usina geradora de corrente elétrica, completamente nova, para a iluminação pública, a qual já está sendo montada; elevou os vencimentos de todo o funcionalismo público municipal; e, finalmente, além de outros serviços de atividade pública, criou a 30 de outubro pretérito uma escola noturna na Cadeia desta cidade e 12 outras mais, de uma só vez, em Março passado, por cujo ato, digno de menção, foi elogiado pela “Cruzada Nacional da Educação”, conforme se poderá ver na nossa edição de 14 de novembro último.
Como se vê, não foi o Capitão Hipólito Silva um ser nulo durante a sua vida pública de administrador deste Município, mas um probo e hábil administrador que muitos e relevantes serviços prestou a esta porção de terra da Pátria Brasileira.
Entrou para o governo municipal com algumas economias e saiu dele sem dinheiro algum. Está velho e pobre, é verdade; mas ninguém, absolutamente ninguém, poderá atribuir-lhe um deslize que possa porventura manchar a sua honorabilidade por todos conhecia e acatada. E a prova de sua honestidade está em ter servido com todos os Governadores e Interventores do Acre, fato, este, virgem na administração pública do Território.
O Capitão Hipólito Silva, não obstante entrado em anos, é ainda assim um homem aparentemente novo e forte, e, por consequência, apto a desenvolver sua preciosa atividade no comércio ou na indústria, a cujo serviço esteve durante toda a mocidade. Seu afastamento do cargo foi sinceramente lamentado pelos homens de bem deste Município, onde S. S. goza de merecido conceito e geral estima.
De regresso da viagem àquela Capital, S. S. reassumiu o governo Municipal a 26 de Dezembro do mesmo ano, ficando no cargo até 23 de dezembro de 1930 – 6 anos, 11 meses e 27 dias de exercício ininterrupto.
Depois, a 24 de setembro de 1934, o então Interventor sr. dr. José Castelo Branco Sobrinho, conhecendo também das excelsas qualidades que ornam o seu caráter sem jaça, o renomeou para administrar outra vez o Município, com o título, já, de Prefeito Municipal, tendo-se conservado neste cargo até o dia 29 de Junho de 1935.
Finalmente, a 15 de Julho do ano seguinte, foi S. S., pela terceira vez, reconduzido ao governo do Município do Tarauacá, por nomeação do Interventor sr. dr. Martiniano Prado, em cujo cargo permaneceu até agora, quando a compulsoria veio atingir o velho nobre servidor do Município, após 10 anos e 5 meses de efetivo exercício sem mácula, que de qualquer modo desdoure o seu respeitado nome de todos os tempos e de todas as fases da sua vida, quer pública, quer particular, tendo servido, portanto, a contento da maioria do povo do Tarauacá, com todos os Governadores e Interventores do Território do Acre.
Sua última nomeação data, conforme dissemos já, de 15 de Junho de 1936 e só no pequeno lapso de tempo destes últimos 17 meses de sua derradeira etapa administrativa, executou, no Município, os seguintes serviços de grande vulto: – abriu uma nova e excelente estrada ligando Seabra a Vila Feijó, no rio Envira, estrada esta elogiada até pelos seus próprios inimigos; reconstruiu quase totalmente o velho prédio do “Grupo Escolar João Ribeiro”, desta cidade; adquiriu, por compra, um moderno prédio onde se acham instaladas as Escolas Públicas em Vila Feijó; construiu na mesma Vila um mercado público com todos os requisitos de asseio; comprou, ainda, para essa mesma localidade, uma usina geradora de corrente elétrica, completamente nova, para a iluminação pública, a qual já está sendo montada; elevou os vencimentos de todo o funcionalismo público municipal; e, finalmente, além de outros serviços de atividade pública, criou a 30 de outubro pretérito uma escola noturna na Cadeia desta cidade e 12 outras mais, de uma só vez, em Março passado, por cujo ato, digno de menção, foi elogiado pela “Cruzada Nacional da Educação”, conforme se poderá ver na nossa edição de 14 de novembro último.
Como se vê, não foi o Capitão Hipólito Silva um ser nulo durante a sua vida pública de administrador deste Município, mas um probo e hábil administrador que muitos e relevantes serviços prestou a esta porção de terra da Pátria Brasileira.
Entrou para o governo municipal com algumas economias e saiu dele sem dinheiro algum. Está velho e pobre, é verdade; mas ninguém, absolutamente ninguém, poderá atribuir-lhe um deslize que possa porventura manchar a sua honorabilidade por todos conhecia e acatada. E a prova de sua honestidade está em ter servido com todos os Governadores e Interventores do Acre, fato, este, virgem na administração pública do Território.
O Capitão Hipólito Silva, não obstante entrado em anos, é ainda assim um homem aparentemente novo e forte, e, por consequência, apto a desenvolver sua preciosa atividade no comércio ou na indústria, a cujo serviço esteve durante toda a mocidade. Seu afastamento do cargo foi sinceramente lamentado pelos homens de bem deste Município, onde S. S. goza de merecido conceito e geral estima.
Jornal O MUNICÍPIO,
Tarauacá-AC, 26 de dezembro de 1937, Ano XXVII, N.936. p.1
p.s. Hipólito de Albuquerque é o pai do escritor José Potyguara.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
"Quando se sonha só, é apenas um sonho, mas quando se sonha com muitos, já é realidade. A utopia partilhada é a mola da história."
DOM HÉLDER CÂMARA
Outros contatos poderão ser feitos por:
almaacreana@gmail.com