sexta-feira, 20 de setembro de 2013

A ESTRADA QUE NÃO TOMEI

Robert Frost


Duas estradas num bosque amarelo divergiam;
Triste por não poder seguir as duas
Sendo um só viajante, muito tempo parei
Olhando uma delas, até onde podia alcançar,
Pois, atrás das moitas, ela dobrava.

Então tomei a outra que me pareceu de igual beleza,
Uma vantagem talvez oferecendo
Por ser cheia de grama, querendo ser pisada;
Embora neste ponto o estado fosse o mesmo
E uma, como a outra, tivesse sido usada.

E naquela manhã todas duas tinham
Folhas ainda não escurecidas pelos passos
Ora! Guardei a primeira para um outro dia!
Mas sabendo como uma estrada leva a outra,
Duvidei poder um dia voltar!

Contarei esta estória suspirando,
Daqui a séculos e séculos em algum outro lugar:
Duas estradas, num bosque, divergiam; e eu
Tomei a que era menos frequentada;
E foi isso a razão de toda a diferença!


FROST, Robert. Poemas escolhidos de Robert Frost. Tradução de Marisa Murray. Rio de Janeiro: Lidador, 1969. p.39

Nenhum comentário:

Postar um comentário

"Quando se sonha só, é apenas um sonho, mas quando se sonha com muitos, já é realidade. A utopia partilhada é a mola da história."
DOM HÉLDER CÂMARA


Outros contatos poderão ser feitos por:
almaacreana@gmail.com