domingo, 18 de agosto de 2024

AVELINO DE MEDEIROS CHAVES

Avelino de Medeiros Chaves in A Exploração da Hévea no Território Federal do Acre, Rio de Janeiro, 1913

Filho do coronel Guilhermino José de Medeiros Chaves e D. Antonia Gracindo de Medeiros Chaves, nasceu a 4 de novembro de 1875 no povoado Sítio do Meio, município de Propriá, e faleceu no dia 2 de junho de 1919 em San Sebastian, no reino da Espanha. Muito moço entregou-se à vida ativa do trabalho. Aos 17 anos retirou-se para o Pará, em cuja capital se empregou no comércio; mas atraído pela carreira militar, abandonou o balcão para verificar praça no Rio de Janeiro, tendo como aluno da Escola Militar prestado relevantes serviços ao Governo na revolução federalista de 1893.

Promovido a oficial por decreto de 8 de novembro de 1894, desligou-se das fileiras do Exército em 1899 por ter sido reformado no posto de 1º tenente, deixando de moto próprio de receber daí por diante os vencimentos da reforma. De volta ao Norte do país, concluiu o curso de agrimensura em Belém do Pará, de onde pela primeira vez partiu em viagem para o território do Acre. Dotado de distintas qualidades, cativante no trato social, acessível e generoso, facilmente insinuou-se no espírito do povo acreano, em cujo seio contava dedicados amigos e muitos admiradores Nas lutas pela reivindicação acreana contribuiu com o melhor do seu esforço para, de armas na mão ao lado dos patriotas Plácido de Castro, Gentil Norberto e outros, libertar do domínio estrangeiro grande parte do território brasileiro. Terminada a patriótica aventura e restituído à vida pacífica de sua profissão, internou-se na região do Jacó, onde após perigosa exploração fundou a margem direita desse rio a vasta propriedade Guanabara, na qual se estabeleceu definitivamente em 1900, resolvido a empregar toda a sua atividade na indústria extrativa da borracha. Foi demarcando terras e cultivando seu extenso seringal que chegou a acumular uma avultada fortuna superior a 2 mil contos, e destarte tido como o mais rico proprietário daquela zona.

Incansável advogado na defesa dos legítimos interesses do território, dirigia-se anualmente à capital do país para pugnar junto aos seus amigos do Congresso pela autonomia do Acre. Por três vezes prefeito do Departamento do Alto Purus, promoveu na sua profícua administração notáveis melhoramentos, tais como a criação da Escola Agrícola “Assis Brasil”, a estrada entre Sena Madureira e a Boca do Macauã e daí a São Bento, a disseminação do ensino público, a construção do varadouro da estrada do Xaburena ao rio Caeté e outros. Como prêmio pela sua ação benéfica em prol do desenvolvimento progressivo da Amazônia, apenas recebeu dos poderes públicos a patente de coronel da Guarda Nacional e da política regional a presidência da Comissão Executiva do Partido Republicano do Alto Purus.

Escreveu:

– A exploração da hévea no Território Federal do Acre: monografia apresentada à Exposição Nacional da Borracha. Um volume com várias fotografias, a carta geográfica do Acre, segundo o Atlas Homem de Melo, e um Anexo. Rio de Janeiro, 1913, 112, XX págs. in. 8º. Lth. Turnauer & Machado

– Memorial em favor da redução dos excessivos impostos que atualmente gravam a borracha do Acre, apresentado à comissão de finanças da Câmara dos Deputados pelo proprietário de seringais naquela região. No “Jornal do Comércio”, Rio de Janeiro, de 28 de setembro de 1915.

– Necessidades capitais da Amazônia: conferência realizada na Sociedade Nacional de Agricultura do Rio de Janeiro na sessão de 18 de novembro de 1918, sob a presidência do Dr. Miguel Calmon. Rio de Janeiro, 1918, 1-6 págs. in. 8º. Tipografia da “Revista da Época”. Publicada anteriormente no “O País”, de 21 de novembro, no “Estado de Sergipe” de 8 a 15 de dezembro do mesmo ano, no “Jornal do Comércio” de Manaus, de 18 de janeiro e na “Gazeta do Purus” de Sena Madureira, de 30 de janeiro a fevereiro de 1919.

 

GUARANÁ, Armindo. Dicionário Biobibliográfico Sergipano. Rio de Janeiro: Pongetti, 1925.

Nenhum comentário: