Ezra Pound (1885-1972)
Enquanto o rouxinol à sua amante
Gorgeia a noite inteira e o dia entrante
Com meu amor observo arfante
Cada flor,
Cada odor,
Até que o vigilante lá da torre
Grite:
“Levante,
patife, sus!
Vê, já reluz
A luz
Depressa, corre,
Que a noite morre...” p.102
SOIRÉE
Ezra Pound (1885-1972)
Ao ser informado de que a mãe escrevia
versos,
E de que o pai escrevia versos,
E de que o filho mais novo trabalhava numa
editora,
E que o amigo da filha segunda estava
escrevendo um romance,
O jovem peregrino americano
Exclamou:
“Eta
penca de gente sabida!” p.103
POUND, Ezra. Poesia. Introdução, organização
e notas de Augusto de Campos; traduções de Augusto de Campos... [et al.];
textos críticos de Haroldo de Campos. São Paulo: HUCITEC; Brasília: Ed.
Universidade de Brasília, 1993.
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