que, vendo morto o
seu menino,
no cedro em flor
vibra o machado
para o caixão do
pequenino...
Esqueço o noivo
enamorado,
que, no itaubal que
o viu menino,
procura o leito de
noivado,
– princípio e fim
do seu destino...
O que em suor o
sangue vaza,
e acorda ao sol, ao
sol se deita,
si corta as vigas
para a casa,
os imbaubais para a
colheita...
O construtor, o
marceneiro,
que faz os barcos e
a mobília,
e põe as ripas ao
braseiro
para o aconchego da
família...
A árvore em cruz,
que se transporta
em correntezas,
sobre os rios,
e vai fulgir –
árvore morta
nos longos mastros
dos navios...
Há dor sublime no
cilício
das pobres árvores
feridas,
mas do tremendo
sacrifício
nascem risos,
brotam vidas...
Mas derrubar
troncos eternos,
cheios de glória e
batalhas,
apodrecê-los nos invernos,
pulverizá-los nas
fornalhas,
Abrir florestas em
clareiras,
deixar os pássaros
sem ninhos,
o calmo rio em
corredeiras,
em labirintos os
caminhos,
É ser brutal, fero,
demente,
e destruir, em
crime duro,
pela inconstância
do presente,
toda a grandeza do
futuro...
MAIA, Álvaro. Buzina
dos paranás. Manaus: Sergio Cardoso, 1958. p.129-130
* Imagem retirada do livro Álvaro Maia - poliantéia: - a obra - o exemplo - o homem. Manaus: Edição UBE, 1984. p.23
* Imagem retirada do livro Álvaro Maia - poliantéia: - a obra - o exemplo - o homem. Manaus: Edição UBE, 1984. p.23
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