sábado, 18 de abril de 2020

FRANCIS NUNES

Compositora acreana nascida no município de Mâncio Lima, extremo ocidental do Acre e do Brasil. Seu pai conviveu por décadas com os índios Papavô, etnia dada como desaparecida e que era temida pelos genocidas a mando dos seringalistas. Cresceu aprendendo sobre as culturas indígenas do Juruá e participando das manifestações de Reisado, Marujada, Pastoril entre outras.
Com 20 anos de idade mudou-se para Rio Branco, onde por décadas foi pioneira nas produções artísticas tanto de sua obra musical quanto de parceiros como Helio Melo, Da Costa, Pedro Sabiá, Monteirinho, Maestro Sandoval, João do Bandolim e outros. Realizava eventos musicais com objetivo de caridade, no hospital psiquiátrico, colônias de hansenianos, orfanatos, atuou em escolas, compositora de mais de 4000 canções, dezenas de peças de teatro e artes híbridas autorais em forma de folguedo.
Na década de 1990 desenvolveu forte intercambio com o meio musical do Porto Alegre, RS, produzindo alguns álbuns e shows em parceria com Mary Terezinha, Teixeirinha Filho, e integrando Monteirinho e João do Bandolim com Renato Borghetti e Plauto Cruz.
Este álbum foi gravado no estúdio JRC em Porto Alegre, RS, foi co arranjado entre músicos acreanos e gaúchos, resultando nessa obra prima com as composições de Francis Nunes. Mesmo com alguns ritmos desconhecidos pelos sulistas, o resultado consegue demonstrar parte da linguagem da musica do Acre, e podemos desfrutar de uma boa mixagem feita para o vinil.
Sua música une poética e critica social sob o olhar da floresta, dos colonos e dos indígenas.
 

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