ÁLGIDA, de Moacir Marques da Silva, publicado pelas Edições do Governo do Amazonas, em 1967.
O texto, abaixo, consta na orelha do romance.
Moacir Marques da Silva, agora surge, nas
Edições do Governo do Amazonas, com o seu segundo romance “ÁLGIDA”, depois de
ter alcançado boa cotação com a análise psicológica que desenvolveu com a
novela “RENATA”.
“Renata” teve repercussão nacional. Ultrapassou
nossas fronteiras.
Nesta segunda tentativa, parece que Moacir
Marques da Silva, mais se amadureceu e vai alcançar uma posição definida entre
os romancistas brasileiros.
“ÁLGIDA” é outra análise psicológica profunda,
com grandes lances de emoções em diálogos bem equilibrados, lances de
psicologia amorosa, onde uma mulher se apresenta sob o estilete de uma análise
séria, verdadeiramente, à maneira do romance psicológico de Paul Bourget.
Este romance é bem feito. As descrições correm
tranquilas, sem o empolado de certos iniciantes. É um livro bem feito, delicado,
onde a vida social, o namoro de jovens aparecem, com tal naturalidade que
encanta.
As entradas dos assuntos são perfeitas. São
aberturas de lances ao “xadrez” no tabuleiro social da vida humana.
Moacir Marques da Silva pode ser considerado
como a maior figura do romance amazônico, no bom sentido psicológico, na beleza
das descrições, que são de uma naturalidade encantadora. O autor não se apressa.
É uma revelação admirável seu nome. Mesmo quando surgiu com “RENATA”, o autor
foi logo considerado o nome firmado, com uma certa e determinada técnica para
escrever romances.
Dos choques entre os desenganos havidos com os
temperamentos em luta, esposo e mulher desiludida, nessas muitas tragédias
silenciosas que ocorrem em sociedade.
Só às noites, o silêncio, o “far niente”, o
espiritual em chamas face os clamores da carne, esse sensualismo sutil que se
percebe nos dramas sociais de Moacir Marques da Silva.
Os Robertos do mundo, face a assexualidade e a
frieza de uma mulher que clama por melhor compreensão, pelo amor de seu esposo,
meio bruto, egoísta.
Os desesperos entre Roberto e Núbia, são tão
humanos como tão animais são os desajustes entre a frieza oriunda da
brutalidade animal de um homem anômalo, estupidamente macho, sem ver a
delicadeza da mulher que não era uma anormal, uma verdadeiramente fria, ÁLGIDA.
Reputa-se este romance como mais uma joia de
nossas publicações.
Cenas delicadas, infantis, algumas, profundamente,
sensuais, mais veladas, discretas, quase imperceptíveis, como devem ser certas
passagens dos romances chamados psicológicos.
Moacir Marques da Silva cresce cada vez mais na
admiração dos que querem a boa leitura, a habilidade dos que sabem escrever bem,
claro, sem se perturbar com os lances finais dos capítulos.
Não podemos deixar de recomendar a leitura
deste livro aos que admiram o bom romance, a boa a leitura, a inteligência ao
serviço da arte, da beleza e da cultura.
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