Paulo Bomfim
Ninguém tem culpa
Daquilo que não fomos!
Não houve erros,
Nem cálculos falhados
Sobre a estepe de papel.
Apenas,
Não somos os calculistas
Porém os calculados,
Não somos os desenhistas
Mas os desenhados,
E muito menos escrevemos versos
E sim somos escritos.
Ninguém é culpado de nada
Neste estranhar constante.
Ao longe, uma chuva fina
Molha aquilo que não fomos.
BOMFIM, Paulo. 50 anos de poesia. São Paulo:
Editora Green Forest do Brasil, 2000. p.189
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