Fico aqui esquecido horas e horas,
Com o pensamento no passado,
recordando e admirando
“os rios da minha infância”.
Majestosos ao deslizarem em suas cabeceiras,
Em seus leitos adormecidos e profundos,
Banzeiros traiçoeiros e temidos, tendo em
suas
firmes margens a exuberância das colossais
praias.
Belos em suas grandezas
Caudalosos, límpidos e saudáveis
Navegáveis e serenos
Poderosos como os deuses.
Águas correntes da esperança
Barrancos, testemunhas dos tempos
Êxodo dos que precisam de vós
Para um amanhã abençoado.
Benevolentes; meus rios, de tuas riquezas,
Saem o sustento do homem.
Piso fundo em tuas águas
Em mais um dia de pesca.
Abundância, milagres em fartura
Barriga cheia
Saúde e alegria
Em mais um dia, nos “rios de minha infância”.
O quê! Fizeram isso convosco?
Vejo que não vos olham
Mais com admiração
Como antigamente!
Onde está vossa força, em suas águas?
De vossos banzeiros traiçoeiros e temidos
De vossas saudáveis, fecundas e benditas
águas;
Eram grandiosos como os deuses...
Cadê os seus sólidos e seculares barrancos?
Das árvores em suas voltas, da
sustentabilidade.
As floras da vida!
Sumiram os peixes?
“Não vos abandoneis-vós”
Por quê?
Morte lenta, esquecida e dolorida
Num cruel e triste fim.
Jornalista – amante da Amazônia
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