Meus livros (que não sabem que eu existo)
São tão parte de mim como este rosto
De fontes grises e de grises olhos
Que inutilmente busco nos cristais
E que com a mão côncava percorro.
Não sem alguma lógica amargura
Penso que as palavras essenciais
Que me expressam se encontram nessas folhas
Que não sabem quem sou, não nas que escrevi.
Melhor assim. As vozes dos mortos
Vão me dizer para
sempre.BORGES, Jorge Luis. Poesia. Tradução Josely Vianna Baptista. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. p.191
Nenhum comentário:
Postar um comentário