Historinha infantil
– Poema por Gilberto A. Saavedra
Rio de Janeiro, em
01/10/2015.
Para
meu netinho Gisle Davi por ocasião do seu aniversário.
LÁ NO PÉ DAQUELA
MESA
A FORMIGUINHA SE
APROXIMOU
PROCURANDO
COMIDINHA
PARA SUA PANÇA
ENCHER
SE EMPAPANDO TODA
DE AÇÚCAR
PARA SUA RAINHA
MÃE, SUGAR.
PORÉM, MUITO
PREOCUPADA
COM SUA VIDA EM
QUESTÃO
POR SER O RECINTO
HOSTIL DAQUELA OCASIÃO
QUE ALGO DELA SE
APROXIMASSE
POR ALGUMA RAZÃO
POR SER MUITO
PEQUENINA
SEM DEFESA EM MÃOS
CAUSANDO PERIGO EM
SUA VIDA
SEM NENHUMA
EXPLICAÇÃO.
DE REPENTE, ELA
ESTREMECEU!
DE UM PESO PESADO O
QUAL SE APROXIMOU
PISANDO FUNDO NO
CHÃO FAZENDO TUDO TREMER
CRIANDO PARA ELA UM
CENÁRIO DE TERROR.
A FORMIGUINHA COM
MEDO
VEIO A DESFALECER
MAS, O GIGANTE FOI
EMBORA
PARA SUA SALVAÇÃO.
A COITADA DA
FORMIGUINHA
LOGO SE ACORDOU
SÃ E SALVA DO
PERIGO
QUE POR VENTURA
PASSOU.
E FOI LOGO DIZENDO
DEUS ME GUARDE, DIZ
ELA
POR ESSA EU ESCAPEI
VOU EMBORA AGORA
MESMO
PARA NUNCA MAIS
AQUI VOLTAR
PERDOE-ME MINHA
RAINHA
MAS NESSA FRIA EU
NÃO ENTRO MAIS, NÃO.
MORRO DE INVEJA
DA AMIGA CIGARRA
QUE NUNCA TRABALHOU
NA VIDA
MAS É MUITO FELIZ
SÓ CANTAROLANDO O
TEMPO TODO
ANUNCIANDO O VERÃO
EM SINFONIAS DE
BEETHOVEN
PARA O MUNDO
ENCANTAR.
PEÇO A DEUS EM
OUTRAS VIDAS
PARA NÃO NASCER
FORMIGA, NÃO.
POIS SÓ VIVO
TRABALHANDO SEM INTERRUPÇÃO
SEM DIREITO A
DÉCIMO TERCEIRO
E NEM FÉRIAS NO
VERÃO
ESCRAVIZADA FEITO
UM BURRO
COM CHICOTE NA MÃO.
NÃO NASCI PARA SER
OPERÁRIA DE RAINHA MÃE
EU NÃO QUERO MAIS
SER FORMIGA
QUE EM OUTRAS VIDAS
VIRÃO
AGORA QUERO NASCER
CIGARRA
COM AQUELE VOZEIRÃO
É MELHOR MORRER
CANTANDO E FELIZ
DO QUE TRABALHANDO
ATÉ A EXAUSTÃO.
E POR CIMA, AINDA,
ESMAGADA NO CHÃO.
“O direito de
liberdade de cada cidadão, de acordo com sua vontade, de escolher aquilo que é
melhor para si em sua vida, em um trabalho honesto e saudável, desde que não
prejudique ninguém, é, de livre arbítrio de cada um de nós.”
(Gilberto A.
Saavedra)
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