segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

A FORMIGUINHA E A LIBERDADE

Historinha infantil – Poema por Gilberto A. Saavedra
Rio de Janeiro, em 01/10/2015.

Para meu netinho Gisle Davi por ocasião do seu aniversário.

 
LÁ NO PÉ DAQUELA MESA
A FORMIGUINHA SE APROXIMOU
PROCURANDO COMIDINHA
PARA SUA PANÇA ENCHER

SE EMPAPANDO TODA DE AÇÚCAR
PARA SUA RAINHA MÃE, SUGAR.
PORÉM, MUITO PREOCUPADA
COM SUA VIDA EM QUESTÃO

POR SER O RECINTO HOSTIL DAQUELA OCASIÃO
QUE ALGO DELA SE APROXIMASSE
POR ALGUMA RAZÃO
POR SER MUITO PEQUENINA
SEM DEFESA EM MÃOS
CAUSANDO PERIGO EM SUA VIDA
SEM NENHUMA EXPLICAÇÃO.

DE REPENTE, ELA ESTREMECEU!
DE UM PESO PESADO O QUAL SE APROXIMOU
PISANDO FUNDO NO CHÃO FAZENDO TUDO TREMER
CRIANDO PARA ELA UM CENÁRIO DE TERROR.

A FORMIGUINHA COM MEDO
VEIO A DESFALECER
MAS, O GIGANTE FOI EMBORA
PARA SUA SALVAÇÃO.

A COITADA DA FORMIGUINHA
LOGO SE ACORDOU
SÃ E SALVA DO PERIGO
QUE POR VENTURA PASSOU.

E FOI LOGO DIZENDO
DEUS ME GUARDE, DIZ ELA
POR ESSA EU ESCAPEI
VOU EMBORA AGORA MESMO
PARA NUNCA MAIS AQUI VOLTAR
PERDOE-ME MINHA RAINHA
MAS NESSA FRIA EU NÃO ENTRO MAIS, NÃO.

MORRO DE INVEJA
DA AMIGA CIGARRA
QUE NUNCA TRABALHOU NA VIDA
MAS É MUITO FELIZ

SÓ CANTAROLANDO O TEMPO TODO
ANUNCIANDO O VERÃO
EM SINFONIAS DE BEETHOVEN
PARA O MUNDO ENCANTAR.
PEÇO A DEUS EM OUTRAS VIDAS
PARA NÃO NASCER FORMIGA, NÃO.
POIS SÓ VIVO TRABALHANDO SEM INTERRUPÇÃO
SEM DIREITO A DÉCIMO TERCEIRO
E NEM FÉRIAS NO VERÃO
ESCRAVIZADA FEITO UM BURRO
COM CHICOTE NA MÃO.
NÃO NASCI PARA SER OPERÁRIA DE RAINHA MÃE
EU NÃO QUERO MAIS SER FORMIGA
QUE EM OUTRAS VIDAS VIRÃO

AGORA QUERO NASCER CIGARRA
COM AQUELE VOZEIRÃO
É MELHOR MORRER CANTANDO E FELIZ
DO QUE TRABALHANDO ATÉ A EXAUSTÃO.
E POR CIMA, AINDA, ESMAGADA NO CHÃO. 


“O direito de liberdade de cada cidadão, de acordo com sua vontade, de escolher aquilo que é melhor para si em sua vida, em um trabalho honesto e saudável, desde que não prejudique ninguém, é, de livre arbítrio de cada um de nós.”

(Gilberto A. Saavedra)

Eu não sabia que ser avô era tão maravilhoso assim. Obrigado minha filha Alessandra, por você ter me presenteado essa maravilha de neto.

Nenhum comentário: