Isto me lembra de uma
velha história da morte em Teerã. Estava um persa rico e poderoso passeando
certa vez pelo parque de sua casa, em companhia de seu criado. Este se põe a
lamentar que acabou de ver a morte ameançando-o levá-lo. O criado implora a seu
amo que lhe dê o cavalo mais rápido para se pôr imediatamente a caminho e fugir
rumo a Teerã, onde ele queria chegar naquela mesma noite. O amo lhe dá o
cavalo, e o criado parte a galope. Caminhando de volta para casa, o próprio amo
se depara com a morte e passa a interrogá-la: “Por que assustaste meu criado
desta forma, por que o ameaçaste?” respondeu-lhe a morte: “Ora, não o ameacei!
Nem quis assustá-lo. Apenas me admirei, surpresa com o fato de vê-lo aqui, pois
devo encontrá-lo em Teerã ainda hoje à noite!”.
FRANKL Viktor E. Em busca de sentido.
Petrópolis: Sinodal/Vozes, 2001. p. 58-59
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