o
operário de repente para
o dia
lindo agarrou-o pelo paletó
e como
ele se volta
e olha
o sol
vermelhinho
redondinho
sorrindo
no céu de chumbo
pisca-lhe
o olho
familiarmente
Pois é
camarada Sol
você
não acha
que é
babaquice
dar um
dia destes
para um
patrão?
LE TEMPS PERDU
Devant la porte de l'usine
le travailleur soudain s'arrête
le beau temps l'a tiré par la veste
et comme il se retourne
et regarde le soleil
tout rouge tout rond
souriant dans son ciel de
plomb
il cligne de l'oeil
familièrement
Dis donc camarade soleil
tu ne trouves pas
que c'est plutôt con
de donner une journée
pareille
à un patron?
PRÉVERT, Jacques. Poemas. Introdução, seleção e tradução de Silviano Santiago. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985. p.130-131
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