Quanta simplicidade, nesse homem ribeirinho
Sozinho na floresta, no seu modo de viver
Abandonado no tempo, só a natureza
Sem eira nem beira, é de fazer dó
Entretanto,
O homem ribeirinho
É um sertanejo destemido
Seringueiro guerreiro
Nordestino macho
Homem brabo
Cabra da peste
Arigó valente
Que não tem medo de cara feia.
Mesmo isolado, no coração da selva
Na “Amazônia – Paraíso Perdido”
De Euclides da Cunha
É um Super-Homem real
Que combate com suas últimas forças
Atos de crueldades humanas
Pois há mais de um século
Resiste com fervor e esperanças
O “Dia da Redenção”
“Soldado da Borracha”
Esquecido no tempo
No meio da floresta
Uma história de lutas
Resistências e reivindicações
Inteligentemente,
Ele sabe que esse dia
Ele e muitos deles não
Estarão mais aqui
Mas, espera que um dia.
Esses direitos eles terão
Quando esse grande dia chegar
Lá céu ele vai ver
E chorando de alegria ele dirá:
--- Não lutei em vão.
Ganhei “uma batalha com as minhas mãos”.
Agradece ao senhor!
E vai descansar
Tranquilamente,
Com o dever cumprido.
Obs. O texto acima foi feito muito antes da aprovação pelo Senado em 23/04/2014 da PEC que indeniza em 25 mil Reais, além do benefício vitalício de dois salários mínimos aos ex-seringueiros ou (viúvas), que chegaram à Amazônia na década de 40, durante a Segunda Guerra Mundial, ficando conhecidos como “soldados da borracha”.
* Ilustra o poema uma imagem presente no livro "O Seringal e o Seringueiro" (1956), de Arthur Cezar Ferreira Reis.
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