Rio que passa assim tão manso e lento,
Correndo águas
fundas e barrentas,
A que destino vais
com qualquer vento,
Que porto buscas ou
que mar intentas?
Teu caminhar afora
flui constante,
Cumprindo a lei de
ir, não importa, indo.
Depões os teus
balseiros na vazante,
Se cheio és
arrastão, caminho abrindo
Vais destruindo
pontes e barranco,
Em igapós e
igarapés tornando
De areias, nem
sequer restando um banco,
Cego voraz, a tudo
vais levando.
Mas se a estiagem
chega de repente
E de repente escoa
teus delírios,
Eis-te a passar
humilde, novamente:
Esperas repiquete e
outros rios.
Rio que hoje assim
faz a corredeira
Em direção veloz à
ribanceira,
Navego em teus
balseiros, passageira.
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