sábado, 1 de abril de 2017

A CAVERNA DOS ENGOMADOS

Erlan Nogueira de Moura


Eles vivem na ilusão do “poder”
Cortam filas e refazem o contrato
Articulam na escuridão e quem paga é você
Que sai todos os dias para a missão do trabalho.

Você é quem produz mas o mérito é dele
Dia e noite na chuva ou no calor
Como um relógio que marca a hora presa na parede
Esperando por um Novo Tempo que a vida já roubou.

O céu foi manchado pela tempestade vermelha
Assim como o azul das tardes em guerra
História antiga na política da “Empresa”
Aqui no norte a eleição é uma reza.

Bandeiras erguidas em sindicatos de tolo
Chavão de espertos que se atrapalham na fala
Fumaça escura no teu quintal de esgoto
Legislativo de traidores engomados na sala.

Procissão nas ruas tem mais demônio que santo
Muitos aproveitando a ocasião do momento
Enquanto o povo chora esquecido em qualquer canto
A máquina pública elege outro membro.

Galerias de arte na expressão sem cultura
Festival de celebridades soletrando união
Hinos de paz em parábolas de loucura
Aliado inimigo no combate com o irmão.

Saguão com cartazes indicando um caminho
Corredores estreitos iludindo o espaço
Metamorfose bipolar em serpentes de perfil
O orador do Império também é um escravo.

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