terça-feira, 30 de janeiro de 2018

RAÇA VALENTE

Isac de Melo 
Nos confins do meu sertão
Tem beleza tem folclore
Borboleta que colore
E seca que racha o chão
Carcará, camaleão,
Sanfoneiro tem por praga
Segundo Luiz Gonzaga
Cabra frouxo tem lá não!

Em terras de Lampião
Toda mulher é valente
Tem medo de arrancar dente
Mas sabe usar o facão
E quanto à filiação
Nem precisa fazer plano
É um menino por ano
Um boiando outro imergindo
Um entrando outro saindo
Feito canela e tutano

Cearense, Alagoano,
Sergipano ou Potiguar
São todos pedra angular
De um chão Sul-americano
Saúdo o povo Baiano
Pela luminosidade
E a grande diversidade
De seres, cores, culturas,
Humanos de almas puras
Nordestinos de verdade

Minha nacionalidade
Brasileiro justo e franco
Natural de Rio Branco
Acreano com vaidade!
Minha consanguinidade
Carrego no coração
Sou grato à abolição
Por me livrar da corrente
Mas sou de raça valente
Egressa lá do sertão!!!

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