terça-feira, 23 de outubro de 2012

NOITE - Hermann Hesse

Hermann Hesse
Vista do lago de Lugano
Aquarela 1925
Úmidas nuvens mornas vão passando;
ouvem-se nos juncais aves noturnas
pesadas asas ruflando
e lá na aldeia uma canção de pescadores.

De tempos jamais havidos
sombrias sagas se entoam
e queixas de longevos sofrimentos:
ai daquele que as ouve em meio à noite!

Basta, criança, de murmúrios e lamentos!
De dor, o mundo em redor está cheio.
Vamos ouvir o gorjeio das aves
e essa canção que nos chega da aldeia!


HESSE, Hermann. Andares: antologia poética (trad. Geir Campos). Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1976. p.47.

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