Raimundo Correa (1859-1911)
Pelo místico pão amargurado,
Deixa agora o retiro, onde, isolado,
Ia, na paz de Deus, contando os anos?!
É que ele, quando aos laços e aos enganos
Do mundo se esquivou, tinha um pecado:
Em Virgílio e em Catulo era versado,
Em Ovídio e outros clássicos profanos...
E um dia, indo apanhar ervas ao monte,
E o púcaro de barro encher na fonte,
Viu... (Ou seria uma ilusão talvez)
Viu surgir entre as moitas a Serpente:
Uma ninfa... e vestida unicamente
Da tentadora, feminil nudez.
CORREA, Raimundo. Poesias. São Paulo:
Livraria São José, 1958. p.91
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