Tarauacá, será que um dia ainda vou lá?
Só o tempo e os Deuses saberão.
Tarauacá do açaí gostoso,
Feito no meu tempo com os pés,Pulando e esmagando no tacho,
Com os caboclos suando feito burro
Dava-me uma vontade danada
De pular dentro também.
Tarauacá das novenas, da moça bonita e faceira.
Da pensão de dona Maroca; do teatro, palco cultural da cidade.
Da família Catão, do Prefeito da cidade Arnaldo Gomes de Farias.
Tarauacá de J. G. de Araújo Jorge poeta e político brasileiro
Sapupema e Terra Caída de José Potyguara,
Das pescarias de boias no lago dos
tradicionais “Higino”Das piabinhas presas às margens do rio
Com farofa gostosa e bem fritadinhas
Tarauacá terra da borracha do ex-seringal Duas Nações
O velho professor Levy Cervantes Saavedra
Ex-proprietário, lá de cima agradece a promoção,
Em suas vastas, ricas e férteis ex-terras,
Onde eram produzidas as mais refinadas das borrachas
Eram centenas delas descendo em balsas sobre o rio,
Diretas para os porões do navio
Ancorado em Tarauacá, com destino a Belém.
Nada disso esqueci.
Como será Tarauacá hoje? São 60 anos, sem vê-la.
De minha querida e inesquecível infância.
Tudo isso ninguém me contou, eu vivi e presenciei.
Embora ainda uma criança, ficou tudo gravado.
Da hospitaleira e querida Tarauacá.
Quem sabe, um dia, novamente,
Não te visitarei?
GILBERTO DE ALMEIDA SAAVEDRA nasceu no Acre, mas reside na cidade do Rio de Janeiro. É jornalista e radialista. Com uma história marcante no rádio acreano, de modo especial pelas ondas da Rádio Difusora Acreana, a voz das selvas.
Um comentário:
Somente para uma correção no final do texto: a frase seria -
Não, a ti visitarei? ( Gilberto A. Saavedra)
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