quarta-feira, 26 de junho de 2013

CLAMOR DAS RUAS NO BRASIL

Profa. Inês Lacerda Araújo 
Filosofia de todo dia



Não poderia deixar de apoiar as corajosas manifestações de rua destas últimas semanas. Junho de 2013 é um marco. Muito já se disse e com propriedade por jornalistas e pelo público em geral. Chegou a vez dos governantes.

Mas o pacote de Dilma não passa de engodo, de tentativa de defesa ao se ver acuada, sua popularidade descendo, o risco de não se reeleger.

Manifestantes voltarão para suas casas, seus locais de estudo ou trabalho, e não deixarão de se conectar, de prestar atenção aos próximos acontecimentos e de responder com novas manifestações.

A pergunta que não quer calar:
Se a presidente tem maioria ampla no Congresso, por que as necessárias reformas não saem nunca?

Porque o próprio governo criou um esquema do toma lá, dá cá. Interesses eleitoreiros se sobrepõem às necessidades do povo brasileiro.

Por medo do clamor, um pequeno grupo de estrategistas do governo se reuniu em busca de uma fórmula, mais uma, de enganar, de ganhar tempo e de apostar no arrefecimento dos ânimos. A fórmula, mais uma vez, é um pacote de intenções que silencia sobre o modo como serão aplicadas e se de fato significam melhoria para as condições de vida dos brasileiros.

Exemplo: aplicar royalties da exploração do petróleo para a educação. A qualidade do ensino não melhora automaticamente com mais verba. É preciso saber como e no que aplicar. A formação de professores comprometidos com a educação não é algo que se mede com mais computadores, construção de salas de aula, laboratórios, bibliotecas, transporte escolar entre outras medidas com visibilidade.

Formar professores e tornar a escola proveitosa e interessante leva tempo e requer compromisso, disposição, mudança. O aluno no ensino médio se desinteressa por conteúdos com fórmulas e mais fórmulas! Elas servem para que?

Não há professores suficientes para atuar nas disciplinas de Física, Química e Matemática. Sem uma revisão crítica na qual se deve dar atenção ao sentido e ao papel dessas disciplinas tanto na vida escolar como no futuro profissional dos jovens, o abandono da sala de aula só aumentará. E esse é só um dos problemas da escola e da educação no Brasil.

E o mesmo acontece com cada uma das medidas do pacote anunciado ontem, dia 24 de junho.

A governante fez vista grossa, Lula foi participante do esquema do mensalão e agora os mesmos vêm a público com cara de inocentes!

Restam instrumentos da democracia para derrotar governos corruptos, incompetentes e exploradores da boa vontade dos brasileiros.
As eleições de 2014 se aproximam, é preciso escolher bem!


* INÊS LACERDA ARAÚJO - filósofa, escritora e professora aposentada da UFPR e PUCPR.

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