sábado, 28 de fevereiro de 2015

ÓDIO E AMOR

Raimundo Correa (1859-1911)


Ódio e Amor. Eis as duas sentinelas
Da minha vida. quando, outrora, eu tive
A alma povoada de ilusões singelas,
Morre! – dizia-me a primeira delas;
Mas a segunda me dizia: – Vive!

Hoje estão ambas mudas. Ah! Se, um dia,
Não me corresse as veias, como corre,
Sangue honrado, mas lama e cobardia;
Vive: – o Ódio então com júbilo diria;
E o Amor a soluçar diria: – Morre!


CORREA, Raimundo. Poesias. São Paulo: Livraria São José, 1958. p.178

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