se desde o acordar
uma culpa
flamejante
me guarda?
Não resolve indagar
no tribunal da boa
hora
ou da aurora.
Que homem sou,
se continua a
reclusão
fora da cela,
se apenado
permaneço
além da pena
e não sei quando
termina
em suas radiações,
irradiações, resinas?
Serei então
ficha
de ideias
infinitas,
relâmpagos de
abraços,
sistemas?
Liberdade,
indiviso
pensamento,
regedor de uma
pátria
que não vejo,
mas sinto
por instinto
onde ela arde
e é coragem.
Uma culpa
flamejante
me separa de mim.
Veleiro dos
instantes,
por acaso fugi
do que perdi?
Uma culpa
flamejante
e eu infuso
nos pontos
cardeais,
consoante ações e
usos.
Que homem sou?
NEJAR, Carlos.
Poesia reunida I: Amizade do Mundo. Osasco: Novo Século Editora, 2009.
p.288-289
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